Igreja de Santa Maria da Alcáçova
A igreja edificada dentro da alcáçova do Castelo de Montemor-o-Velho apresenta fachada marcada por grande sobriedade.
O portal, rasgado em arco ogival, é encimado por pedras de armas do bispo-conde D. Jorge de Almeida. A sobrepujá-lo abre-se um óculo com moldura ressaltada, formada por círculos concêntricos. A frontaria é rematada por empena triangular, coroada por pequena cruz, tendo do lado direito uma curiosa torre sineira. A torre eleva-se acima da empena, de planta quadrangular com ventanas muito alongadas e terminada por coruchéu e pináculos nos ângulos. Lateralmente, abre-se uma porta manuelina, enquadrada por elegante arco polilobado.
Ao entrar no templo sente-se um ambiente leve, cheio de beleza que convida ao recolhimento. O interior é formado por amplo retângulo dividido em três naves ritmadas por uma série de arcos quebrados, muito abertos e de grande beleza. Suportam os arcos colunas de fustes espiralados, tendo os dois últimos (das capelas colaterais) espiral em sentido inverso aos anteriores, de secção mais larga. As duas primeiras colunas são oitavadas com singelos capitéis. A parede entre os arcos, que faz ligação à cobertura de madeira, é muito reduzida. A conjugação de todos estes elementos transmite-nos a sensação de um espaço unitário, de templo de uma só nave, ao invés do seu espaço tripartido.
As naves são terminadas por capelas - a central e a colateral esquerda apresentam cobertura em abóbada de berço e a direita em concha. Com os topos cilíndricos mantendo a antiga estrutura, as capelas colaterais rasgam-se em arcos "manuelinos", de grande efeito plástico.
O acesso à sacristia é feito por uma porta lobulada e na parede abre-se uma janela, também de gosto manuelino.
Esta igreja é ornamentada por diversos trabalhos de escultura de várias épocas, saídos das mãos de mestres da região. Algumas imagens denotam o carácter regional, pela sua falta de proporções e fraca policromia. Outras são de grande qualidade, como a "Virgem do Ó" e o Anjo da Anunciação de mestre Pero, da primeira metade de Trezentos. Merecedor de olhar atento é o retábulo renascentista atribuído ao grande mestre João de Ruão, onde podem ser apreciadas as esculturas representando uma "Virgem da Expectação", uma Santa Luzia e uma Santa Apolónia.
Contribuindo para a beleza das naves, destacam-se os revestimentos cerâmicos, principalmente os que estão colocados junto à pia batismal.
Na capela-mor sobressai o retábulo seiscentista, em talha dourada, ao Estilo Nacional. Na Capela do Sacramento ressalta um outro retábulo do século XVI, minuciosamente ornado, com sacrário trabalhado como se fosse um templo, contendo nos nichos imagens de S. João Batista e da Aparição de Cristo à Virgem e a Maria Madalena. Ostenta ainda um baixo relevo policromo, representando a Última Ceia.
Para balizar cronologicamente a construção muito contribuem as inscrições das lajes que aparecem no pavimento, datadas desde o século XI ao XIX. A tradição diz que foi fundada em 1090, quando era conde de Coimbra o moçárabe Sisnando Davidiz. Entretanto, seria reedificada e consagrada nos inícios do segundo quartel do século XII. Em finais deste século sofreu novamente algumas intervenções, que se repetiram com a sua reconstrução no reinado de D. Manuel I, estando à frente da diocese o bispo-conde D. Jorge de Almeida.
O portal, rasgado em arco ogival, é encimado por pedras de armas do bispo-conde D. Jorge de Almeida. A sobrepujá-lo abre-se um óculo com moldura ressaltada, formada por círculos concêntricos. A frontaria é rematada por empena triangular, coroada por pequena cruz, tendo do lado direito uma curiosa torre sineira. A torre eleva-se acima da empena, de planta quadrangular com ventanas muito alongadas e terminada por coruchéu e pináculos nos ângulos. Lateralmente, abre-se uma porta manuelina, enquadrada por elegante arco polilobado.
Ao entrar no templo sente-se um ambiente leve, cheio de beleza que convida ao recolhimento. O interior é formado por amplo retângulo dividido em três naves ritmadas por uma série de arcos quebrados, muito abertos e de grande beleza. Suportam os arcos colunas de fustes espiralados, tendo os dois últimos (das capelas colaterais) espiral em sentido inverso aos anteriores, de secção mais larga. As duas primeiras colunas são oitavadas com singelos capitéis. A parede entre os arcos, que faz ligação à cobertura de madeira, é muito reduzida. A conjugação de todos estes elementos transmite-nos a sensação de um espaço unitário, de templo de uma só nave, ao invés do seu espaço tripartido.
O acesso à sacristia é feito por uma porta lobulada e na parede abre-se uma janela, também de gosto manuelino.
Esta igreja é ornamentada por diversos trabalhos de escultura de várias épocas, saídos das mãos de mestres da região. Algumas imagens denotam o carácter regional, pela sua falta de proporções e fraca policromia. Outras são de grande qualidade, como a "Virgem do Ó" e o Anjo da Anunciação de mestre Pero, da primeira metade de Trezentos. Merecedor de olhar atento é o retábulo renascentista atribuído ao grande mestre João de Ruão, onde podem ser apreciadas as esculturas representando uma "Virgem da Expectação", uma Santa Luzia e uma Santa Apolónia.
Contribuindo para a beleza das naves, destacam-se os revestimentos cerâmicos, principalmente os que estão colocados junto à pia batismal.
Na capela-mor sobressai o retábulo seiscentista, em talha dourada, ao Estilo Nacional. Na Capela do Sacramento ressalta um outro retábulo do século XVI, minuciosamente ornado, com sacrário trabalhado como se fosse um templo, contendo nos nichos imagens de S. João Batista e da Aparição de Cristo à Virgem e a Maria Madalena. Ostenta ainda um baixo relevo policromo, representando a Última Ceia.
Para balizar cronologicamente a construção muito contribuem as inscrições das lajes que aparecem no pavimento, datadas desde o século XI ao XIX. A tradição diz que foi fundada em 1090, quando era conde de Coimbra o moçárabe Sisnando Davidiz. Entretanto, seria reedificada e consagrada nos inícios do segundo quartel do século XII. Em finais deste século sofreu novamente algumas intervenções, que se repetiram com a sua reconstrução no reinado de D. Manuel I, estando à frente da diocese o bispo-conde D. Jorge de Almeida.
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Como referenciar
Porto Editora – Igreja de Santa Maria da Alcáçova na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-28 23:45:31]. Disponível em
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