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John Galliano
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Estilista inglês nascido a 28 de novembro de 1960, em Gibraltar, colónia britânica na Península Ibérica. Apesar de ter nascido em território britânico, teve uma educação tipicamente católica, por influência da mãe, que era espanhola. Esta influência viria mais tarde a marcar de forma determinante o estilo das roupas criadas por Galliano, onde o barroco está sempre muito presente.
Quando tinha seis anos, a família mudou-se para Londres. Aí, seguiu os seus estudos, conseguindo entrar aos 20 anos na Escola de Arte St. Martin, a mais prestigiada na área do design, onde optou pela moda inspirada na História. Aos 24 anos, licenciou-se com distinção, apresentando uma coleção de oito fatos, inspirada na Revolução Francesa, de tão alto nível que foi imediatamente classificado pelo críticos de novo génio. Os empresários do setor também ficaram fascinados e uma semana depois da apresentação do seu trabalho a coleção foi comprada por uma prestigiada casa londrina.
Em 1985, depois de ter lançado a sua própria marca ainda no ano anterior, apresentou o primeiro show em passerelle, com o estranho título de "O Afeganistão rejeita os ideais ocidentais" e ficou confirmado que ele era um talento em ascensão, apesar da sua excentricidade. No entanto, até ao final da década de 80, viveu sempre com algumas dificuldades económicas, mesmo tendo ganho pelo caminho alguns prémios de nomeada, como aconteceu em 1987, quando foi eleito o estilista britânico do ano, feito que repetiu em 94, 95 e 97.
Gibraltar, cidade natal de John Galliano
Em 1991, resolveu mudar-se para Paris, mas em termos financeiros as coisas também não correram muito bem. De qualquer forma, algumas pessoas bem colocadas no meio da moda apostaram no jovem estilista de Gibraltar. Foi o caso Sao Schlumberger, uma mulher da alta sociedade parisiense, que emprestou a mansão a Galliano para ele apresentar o seu trabalho. O estilista contou ainda com a colaboração das amigas manequins Kate Moss e Christy Turlington, que desfilaram de graça as suas criações.
Em meados da década de 90, Galliano era já o mais solicitado estilista de Paris. Mesmo assim, foi uma verdadeira surpresa quando, em 1995, o presidente do grupo de artigos de luxo LVMH (Louis Vuitton Möet Hennessy) anunciou que o inglês tinha sido escolhido para chefe de design da Givenchy, substituindo o fundador Hubert Givenchy. Era o primeiro inglês a liderar uma casa conceituada francesa. A ideia da sua contratação era atrair uma clientela mais jovem para as produções de alta-costura e de pronto-a-vestir. Só fez duas coleções para esta marca, já que, após onze meses de trabalho, foi transferido para a prestigiada Dior, também do grupo LVMH, ainda a tempo de desenhar a coleção que, em 1997, assinalou o 50.º aniversário da etiqueta New Look. Na passerelle desfilaram modelos com fatos de dia muito curto e vestidos de noite adornados com missangas de estilo africano, que causaram surpresa pela ousadia.
Os shows de Galliano tornaram-se numa das maiores atrações da moda parisiense, pois neles era possível ver manequins em trapézios, entre outras extravagâncias. Mas estas não continuaram a ser aceites sempre com o mesmo entusiasmo e, em 1998, a crítica deitou abaixo o show Dior apresentado na parisiense Gare de Saint-Lazaire. Esta fase negativa acalmou um pouco John Galliano que a partir daí passou a apresentar coleções mais discretas. Como ele próprio reconheceu, apesar de gostar de dar um ar dramático às suas coleções, o importante é conseguir atrair as pessoas certas.
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Como referenciar
Porto Editora – John Galliano na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-27 08:06:20]. Disponível em

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