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Rui Couceiro

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Firmado o espaço continental português com a conquista do Algarve, os últimos reis da primeira dinastia dedicaram-se ao ordenamento do território nacional: promoveram o povoamento, a exploração agrícola, a criação de estruturas de comércio, a criação de defesas, já não tanto a sul como a leste, etc.

Deste modo, a dinastia de Avis pôde empenhar-se em novo processo de expansão territorial, que teve início em 1415 com a tomada de Ceuta. Seguiu-se a gesta dos Descobrimentos, que implicou a descoberta dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, a exploração de ambas as costas de África, a chegada à América do Sul e a várias paragens da Ásia.

Ao processo de formação do Império Colonial Português foram motivos de ordem económica e político-estratégica que presidiram, aliados a uma certa curiosidade cultural e científica e a um intento de evangelização.

Neste contexto, nem sempre o respeito pela identidade do indígena prevaleceu, mas deve, em todo o caso, reconhecer-se a coragem necessária ao enfrentar do desconhecido, que permitiu aos descobridores, exploradores e colonos a criação de alianças e fraternidades, transformando e deixando-se transformar.

Do contacto com os povos encontrados resultou um forte intercâmbio de produtos, costumes, técnicas, conhecimentos (de medicina, náutica, biologia, etc.), bem como uma interpenetração mais profunda através da miscigenação.

Este longo processo histórico tem como consequência, na atualidade, uma identidade cultural partilhada por sete países, unidos por um passado vivido em comum e por uma língua que, enriquecida na sua diversidade, se reconhece como una.

Estes países - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe -, com os respetivos núcleos de emigrantes, fazem do português uma das línguas mais faladas do mundo, constituindo uma comunidade de cerca de duzentos milhões de pessoas.

No passado, salientaram-se grandes vultos do diálogo intercultural como Vieira, da aventura entre povos estranhos como Mendes Pinto, da exploração do espaço desconhecido como Gama, Cabral e Serpa Pinto.

Hoje em dia, entre os países lusófonos mantêm-se relações privilegiadas - na cooperação política e económica, na educação e nas artes - e os grandes criadores da lusofonia não são apenas personalidades portuguesas mas também (para darmos exemplos da área das Letras) um Pepetela, um José Craveirinha, um Jorge Amado ou um Luandino Vieira.
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Como referenciar
Porto Editora – lusofonia na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-14 15:24:21]. Disponível em
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