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Manoel de Oliveira
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Cineasta português, nasceu no Porto a 11 de dezembro de 1908 (embora a data oficial do seu nascimento seja 12 de dezembro, dia em que foi registado) e faleceu a 2 de abril de 2015.

Estreou-se no cinema como figurante no filme Fátima Milagrosa (1929) e como realizador no documentário Douro, Faina Fluvial (1931). Como ator participou no filme A Canção de Lisboa (1933).

A sua primeira longa-metragem, Aniki-Bobó, realizada em 1942, garantiu-lhe um lugar cimeiro no cinema nacional. Trata-se de uma história passada com crianças, de um naturalismo poético muito bem conseguido.

Manoel de Oliveira é um precursor do neorrealismo no cinema português. Com O Pintor e a Cidade (1956) obteve a Harpa de Ouro do Festival de Cork, na Irlanda.

A obra cinematográfica de Manoel de Oliveira constrói-se à volta do teatro e da representação.
Oliveira encara o mundo como um teatro onde as personagens são meras figuras manipuladas por Deus (Ato da primavera, Benilde ou a Virgem Mãe, O Meu Caso), por paixões (Vale Abraão), por desejos (O Passado e o Presente) e regras de ordem moral ou social (Amor de Perdição, Francisca).

Os filmes Amor de Perdição (1978), Francisca (1981) e Le Soulier de Satin (O Sapato de Cetim, 1985) receberam o prémio da crítica do Festival de Veneza, onde Oliveira foi também distinguido com o Leão de Ouro pelo conjunto da sua obra.

O filme A Caixa representa um momento culminante da sua visão burlesca do mundo. Party (1996) é outra obra que merece referência. Os mais recentes filmes de Manoel de Oliveira começam com uma espécie de guia que nos conduz para o interior da ação (Os Canibais, O Dia do Desespero, Vale Abraão e A Caixa).

A obra de Oliveira representa o grande teatro do mundo e da vida, obsceno, grotesco, violento e criminoso, no meio do qual se manifesta a ternura e a compaixão e onde a única forma de evasão é o sonho.

Em 1997, com o filme Viagem ao Princípio do Mundo, Manoel de Oliveira foi distinguido com o Prémio Fipresci, da Academia do Cinema Europeu. Em Cannes, a estreia de Inquietude (1998) confirmou uma vez mais o lugar de destaque do realizador português no panorama cinematográfico mundial.

Em 1999 foi atribuído ao seu filme, A Carta, o Prémio Especial do Júri do Festival de Cannes. Em agosto de 2000 estreou o seu filme, Palavra e Utopia, no Festival de Veneza, com Lima Duarte no papel do velho Padre António Vieira. No mesmo ano, nas universidades de Harvard, Yale e Massachusetts, nos Estados Unidos da América, foram organizadas homenagens ao cineasta português.

Manoel de Oliveira recebeu mais um prémio em 2002, o Prémio Mundial das Artes Valldigna, atribuído pelo Governo Regional de Valência, em Espanha. Então como o realizador mais idoso ainda em atividade, não deixou de surpreender em Je Rentre à la Maison (Vou Para Casa, 2001), onde proporcionou um grande papel a Michel Piccoli.
Seguiram-se O Princípio da Incerteza (2002) e Um Filme Falado (2003), onde reuniu um elenco de luxo composto por Leonor Silveira, John Malkovich e Catherine Deneuve.

Em 2004 realiza O Quinto Império - Ontem Como Hoje e em 2005 Espelho Mágico, ano em que recebeu em Paris o grau de Comendador da Ordem de Legião de Honra, pelas mãos do presidente francês Jacques Chirac, e a Medalha de Ouro do Círculo de Belas Artes de Madrid.

Volta à realização no ano seguinte com o filme Belle Toujours e em 2007 realiza Cristóvão Colombo – O Enigma.
Em 2008 foi homenageado com a Palma de Ouro de Honra do Festival de Cinema de Cannes como reconhecimento do seu talento e da sua obra.

Por ocasião da celebração do seu centésimo aniversário, Manoel de Oliveira foi condecorado pelo então Presidente da República, Cavaco Silva, com a Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique.

Cartaz de "Aniki-Bobó", um filme realizado por Manoel de Oliveira, em 1932, e produzido por António Lopes Ribeiro
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Porto Editora – Manoel de Oliveira na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-11-11 00:39:17]. Disponível em
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