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maré negra
Causas
As marés negras dizem respeito à poluição dos mares e zonas litorais por grandes manchas de hidrocarbonetos (petróleo e derivados), os quais representam cerca de 10% do total anual da poluição dos oceanos. Todos os anos são derramadas cerca de 3 000 000 de toneladas de petróleo nos oceanos.
As principais causas de marés negras são a rutura de oleodutos, o transporte de hidrocarbonetos em alto-mar, pelos petroleiros, e as atividades de exploração petrolífera off-shore (plataformas de exploração de jazigos de petróleo, através de perfurações submarinas, localizadas nos limites das plataformas continentais).
Embora alguns derrames de petróleo ocorram em sequência de acidentes (naufrágios, colisões, explosões, etc.), uma parte muito significativa ocorre devido a insuficiências técnicas ou como resultado de medidas pouco escrupulosas de redução de gastos. Como exemplo, refira-se o caso das explorações de pesquisa nas plataformas off-shore que libertam para os oceanos lamas com altos teores em hidrocarbonetos, que podem, em alguns casos, atingir os 30%, ou ainda, a lavagem de tanques dos petroleiros em alto-mar, uma prática regular, embora proibida pela lei marítima internacional, por forma a poupar tempo e gastos durante as paragens nos portos. De salientar ainda o mau estado de grande parte da frota marítima internacional, formada em elevada percentagem por navios com mais de 20 anos de idade e em deficientes condições de manutenção, assim como a inadequada preparação técnica de muitas tripulações.
Consequências
As marés negras originam grandes catástrofes ecológicas, continuando a ocorrer, mau grado a existência de inúmeros incidentes históricos, como, por exemplo, o derrame no Alasca, em 1964, de 40 000 T de crude, afetando 1744 Km de costa e muito mais de 30 000 animais marinhos. São também ainda exemplos de marés negras históricas as provocadas pelo naufrágio dos petroleiros Torrey Canyon, em 1967, libertando 170 000 T de petróleo no Canal da Mancha, e do Almoco Cadix, em março de 1978, largando mais de 230 000 T de petróleo. Durante a Guerra do Golfo, em 1991, a libertação de mais de 600 000 T de petróleo nas águas do Golfo Pérsico deu também origem a uma das maiores marés negras de que há memória.
Os hidrocarbonetos petrolíferos são insolúveis na água e menos densos que esta, formando, em consequência destas propriedades, uma película extremamente delgada, monomolecular, à superfície da água, o que origina grandes manchas de petróleo que alastram rapidamente.
As consequências das marés negras são extremamente diversificadas e graves: a película opaca que se forma à superfície da água impede a entrada de luz nos oceanos e limita as trocas gasosas, originando uma forte redução da taxa de fotossíntese, assim como a asfixia de vários animais, devido à diminuição da quantidade de oxigénio dissolvido nas águas, o que acarreta ainda o incremento das populações de bactérias anaeróbias. A capacidade de auto-depuração das águas é também fortemente reduzida, havendo ainda interferências várias no ciclo da água e no regime de precipitações, já que as trocas de água entre os oceanos e a atmosfera são impedidas pela película de petróleo. As aves marinhas são extremamente afetadas pelas marés negras, não apenas devido à libertação de gases tóxicos, como os benzenos e o tolueno, mas também pelo facto de os hidrocarbonetos dissolverem a camada de gordura que torna as suas penas impermeáveis, tal como acontece com o pelo de alguns mamíferos marinhos (focas, por exemplo), originando a morte por hipotermia. A ingestão de petróleo é também extremamente tóxica ocorrendo, por exemplo, quando as aves mergulham para pescar ou limpam as penas com o bico, já que o petróleo adere às penas tornando-as pesadas demais para voar ou nadar, afogando-se.
As áreas costeiras afetadas pelos derrames ficam, geralmente, estéreis durante vários anos, não apresentando qualquer manifestação de vida, à exceção de algumas bactérias devoradoras de hidrocarbonetos, em consequência da impregnação dos solos com compostos tóxicos. O impacto de um derrame petrolífero pode prolongar-se bastante no tempo, já que os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos são solúveis nas gorduras, sendo, por isso mesmo, fixados pelos seres vivos, nos quais atuam como agentes cancerígenos, a médio e longo prazo.
Os mecanismos de degradação do petróleo são ainda relativamente desconhecidos o que faz com que o combate aos derrames seja pouco eficaz: ocorre alguma degradação natural, devido a fenómenos de oxidação e evaporação, existindo também alguma degradação por digestão bacteriana (a engenharia genética tenta desenvolver uma bactéria super-predadora de hidrocarbonetos, que não tenha impactos negativos nos ecossistemas). O uso de detergentes, para o combate aos derrames, foi quase abandonado, uma vez que se revelaram ainda mais prejudiciais que os próprios hidrocarbonetos para a fauna e para a flora. A utilização de barreiras flutuantes e de navios- aspiradores são soluções não totalmente eficazes, já que as primeiras não são eficazes quando existe grande turbulência oceânica e os segundos não conseguem ser eficazes quando os derrames são muito grandes. O único remédio efetivo, neste momento, é mesmo a prevenção, desenvolvendo métodos de transporte seguros e evitando as fugas durante as perfurações.
As marés negras dizem respeito à poluição dos mares e zonas litorais por grandes manchas de hidrocarbonetos (petróleo e derivados), os quais representam cerca de 10% do total anual da poluição dos oceanos. Todos os anos são derramadas cerca de 3 000 000 de toneladas de petróleo nos oceanos.
As principais causas de marés negras são a rutura de oleodutos, o transporte de hidrocarbonetos em alto-mar, pelos petroleiros, e as atividades de exploração petrolífera off-shore (plataformas de exploração de jazigos de petróleo, através de perfurações submarinas, localizadas nos limites das plataformas continentais).
Consequências
As marés negras originam grandes catástrofes ecológicas, continuando a ocorrer, mau grado a existência de inúmeros incidentes históricos, como, por exemplo, o derrame no Alasca, em 1964, de 40 000 T de crude, afetando 1744 Km de costa e muito mais de 30 000 animais marinhos. São também ainda exemplos de marés negras históricas as provocadas pelo naufrágio dos petroleiros Torrey Canyon, em 1967, libertando 170 000 T de petróleo no Canal da Mancha, e do Almoco Cadix, em março de 1978, largando mais de 230 000 T de petróleo. Durante a Guerra do Golfo, em 1991, a libertação de mais de 600 000 T de petróleo nas águas do Golfo Pérsico deu também origem a uma das maiores marés negras de que há memória.
Os hidrocarbonetos petrolíferos são insolúveis na água e menos densos que esta, formando, em consequência destas propriedades, uma película extremamente delgada, monomolecular, à superfície da água, o que origina grandes manchas de petróleo que alastram rapidamente.
As consequências das marés negras são extremamente diversificadas e graves: a película opaca que se forma à superfície da água impede a entrada de luz nos oceanos e limita as trocas gasosas, originando uma forte redução da taxa de fotossíntese, assim como a asfixia de vários animais, devido à diminuição da quantidade de oxigénio dissolvido nas águas, o que acarreta ainda o incremento das populações de bactérias anaeróbias. A capacidade de auto-depuração das águas é também fortemente reduzida, havendo ainda interferências várias no ciclo da água e no regime de precipitações, já que as trocas de água entre os oceanos e a atmosfera são impedidas pela película de petróleo. As aves marinhas são extremamente afetadas pelas marés negras, não apenas devido à libertação de gases tóxicos, como os benzenos e o tolueno, mas também pelo facto de os hidrocarbonetos dissolverem a camada de gordura que torna as suas penas impermeáveis, tal como acontece com o pelo de alguns mamíferos marinhos (focas, por exemplo), originando a morte por hipotermia. A ingestão de petróleo é também extremamente tóxica ocorrendo, por exemplo, quando as aves mergulham para pescar ou limpam as penas com o bico, já que o petróleo adere às penas tornando-as pesadas demais para voar ou nadar, afogando-se.
As áreas costeiras afetadas pelos derrames ficam, geralmente, estéreis durante vários anos, não apresentando qualquer manifestação de vida, à exceção de algumas bactérias devoradoras de hidrocarbonetos, em consequência da impregnação dos solos com compostos tóxicos. O impacto de um derrame petrolífero pode prolongar-se bastante no tempo, já que os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos são solúveis nas gorduras, sendo, por isso mesmo, fixados pelos seres vivos, nos quais atuam como agentes cancerígenos, a médio e longo prazo.
Os mecanismos de degradação do petróleo são ainda relativamente desconhecidos o que faz com que o combate aos derrames seja pouco eficaz: ocorre alguma degradação natural, devido a fenómenos de oxidação e evaporação, existindo também alguma degradação por digestão bacteriana (a engenharia genética tenta desenvolver uma bactéria super-predadora de hidrocarbonetos, que não tenha impactos negativos nos ecossistemas). O uso de detergentes, para o combate aos derrames, foi quase abandonado, uma vez que se revelaram ainda mais prejudiciais que os próprios hidrocarbonetos para a fauna e para a flora. A utilização de barreiras flutuantes e de navios- aspiradores são soluções não totalmente eficazes, já que as primeiras não são eficazes quando existe grande turbulência oceânica e os segundos não conseguem ser eficazes quando os derrames são muito grandes. O único remédio efetivo, neste momento, é mesmo a prevenção, desenvolvendo métodos de transporte seguros e evitando as fugas durante as perfurações.
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Como referenciar
Porto Editora – maré negra na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-09 07:23:58]. Disponível em
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