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Marlon Brando
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Ator norte-americano, nasceu a 3 de abril de 1924, em Omaha, no Nebraska, e morreu em Los Angeles, a 1 de julho de 2004.
Foi considerado pela revista Billboard em 2001 como "o maior ator do século XX", contribuindo com um estilo muito próprio para a redefinição das regras de Interpretação e de Expressão Dramática. Ao longo da sua carreira, recebeu dois Óscares e oito nomeações.

Frequentou a Academia Militar, mas por influência de sua mãe, atriz amadora, decidiu seguir a carreira de intérprete. Partiu para Nova Iorque, onde foi aluno de Stella Adler e de Lee Strasberg.
A sua profissionalização deu-se em 1943, quando protagonizou a peça Bobino (1943). Em breve chegou à Broadway onde o seu estilo enérgico e inovador, baseado no Método de Adler, abriu-lhe as portas do cinema, no qual se estrearia interpretando um inválido de guerra em The Men (O Desesperado, 1950). Entre 1951 e 1954, recebeu quatro nomeações sucessivas para o Óscar de Melhor Ator. Primeiro, pelo papel que o celebrizara na Broadway, o do brutal e animalesco Stanley Kowalski em A Streetcar Named Desire (Um Elétrico Chamado Desejo, 1951). Seguiu-se a recriação do revolucionário mexicano Emiliano Zapata em Viva Zapata! (1952) e a de Marco António em Julius Caesar (Júlio César, 1953). À quarta nomeação seria de vez: o seu retrato de Terry Malloy, um ex-pugilista que tenta combater o poder dum sindicato mafioso que controla os estivadores de Nova Iorque, entrou diretamente para a galeria das personagens inesquecíveis do cinema. On the Waterfront (Há Lodo no Cais, 1954) consagrou Brando como ator talentoso e símbolo maior duma geração beat que se afirmava lentamente nos Estados Unidos da América. Após mais uma nomeação para Óscar por Sayonara (1957), Brando substituiu o realizador Stanley Kubrick durante a fase de produção de One-Eyed Jacks (Cinco Anos Depois, 1961), um dos primeiros westerns psicológicos de sempre. Foi o único filme de Brando como realizador que, apesar de ter dividido a crítica.

Cartaz de "Apocalypse Now", um filme de Francis Ford Coppola, de 1979, no qual participaram Martin Sheen, Marlon Brando e Robert Duvall, entre outros
Poster de"A Streetcar Named Desire" (Um Elétrico Chamado Desejo), um filme de Elia Kazan baseado numa peça de Tennessee Williams, no qual participaram Marlon Brando e Vivien Leigh, entre outros
Marlon Brando no filme "Apocalypse Now" (1979)
Pormenor do cartaz de "The Godfather" ("O Padrinho"), uma saga de Francis Ford Coppola, numa edição especial comemorativa dos 25 anos
Brando era, contudo, encarado pelos produtores como um ator irascível e excêntrico. A prová-lo, durante as rodagens de Mutiny on the Bounty (Revolta na Bounty, 1962), estão os sucessivos arrufos com o realizador Lewis Milestone e o ator Trevor Howard, para além de injustificados atrasos do ator.
O filme veio a ser um desastre comercial, mas foi durante as rodagens que Brando se apaixonou pelo Pacífico Sul, chegando a adquirir uma ilha no Tahiti onde assentaria morada.
Nos dez anos seguintes, o ator acumulou uma série de reveses comerciais que empalideceram a sua estrela e a sua imagem junto dos produtores e dos fãs. Foi Francis Ford Coppola quem o libertou do obscurato, fazendo finca-pé junto dos executivos da Paramount que exigiam Edward G.Robinson para o papel de Don Vito Corleone em The Godfather (O Padrinho,1972). Foi durante os castings que Brando impressionou Coppola, colocando lenços de papel na boca para compor a voz arrastada e soturna que ajudou ao sucesso da personagem.

Apesar do cachet simbólico que receberia, Brando arrancou aí a mais bem conseguida interpretação da sua carreira, vencendo assim o seu segundo Óscar para Melhor Ator. Na noite de entrega dos Óscares, recusou o prémio devido à discriminação social que os nativos norte-americanos recebiam. Farto do sistema de Hollywood, acedeu ao convite de Bernardo Bertolucci para filmar na Europa. O resultado foi outra interpretação deslumbrante: em Ultimo Tango a Parigi (O Último Tango em Paris, 1973) desempenhou um arquiteto de meia-idade que estabelece uma relação carnal platónica com uma jovem. O mundo rendeu-se à entrega de Brando ao personagem e a sua prestação, repleta de intimismo e carisma, para além de cenas muito ousadas para a época, valeu-lhe nova nomeação para o Óscar de Melhor Ator e um esgotamento nervoso de que demorou dois anos a recompor-se.

O envelhecimento de Brando predispô-lo a aceitar novas tipologias de personagens. A sua faceta de vilão no western Missouri Breaks (Duelo no Missouri, 1976) não foi bem recebida pelos seus fãs, o que esteve na origem do fracasso do título. Os produtores de Superman (1978) pagaram-lhe quase 4 milhões de dólares por aparecer em 10 minutos do filme, interpretando o papel de Jor-El, pai do Super-Homem. Em The Formula (A Fórmula, 1980), foi-lhe oferecido novo cachet milionário por um trabalho que se cingiu a três cenas. Entre 1980 e 1989, raramente saiu da sua ilha. O seu apetite voraz conduziu-o a uma obesidade excessiva e numa cerimónia filantrópica, realizada em Nova Iorque em 1987, Brando confessou a uma cadeia televisiva pesar perto de 170 kg. Só regressou ao cinema em 1989 num filme sobre o apartheid, A Dry White Season (Assassinato Sob Custódia). Brando provara que não perdera o seu magnetismo: pelo seu papel de advogado ativista dos direitos dos negros, recebeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Ator Secundário.

Em 1990, uma tragédia afetou a sua vida pessoal e fê-lo perder uma parte da sua fortuna pessoal: o seu filho Christian foi condenado a dez anos de prisão por ter apunhalado o namorado da sua meia-irmã Cheyenne que se encontrava grávida. Meses depois do julgamento, Cheyenne suicidou-se. Para combater o desgosto, Brando decidiu refugiar-se no trabalho. Parodia a sua personagem de O Padrinho na comédia The Freshman (Um Caloiro na Máfia, 1990), recria Tomás de Torquemada em Christopher Columbus: the Discovery (Cristóvão Colombo: a Descoberta, 1992), e participa ainda em Don Juan de Marco (1995) e The Island of Dr. Moreau (A Ilha do Doutor Moreau, 1996). Em 2001, apesar dos numerosos problemas de saúde e de conflitos nos sets de filmagem, brilhou em The Score (Sem Saída, 2001), ao lado de Robert de Niro e de Edward Norton.
A sua biografia, editada em 1994, intitula-se Canções Que a Minha Mãe Me Ensinou (Brando: Songs My Mother Taught Me).

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Porto Editora – Marlon Brando na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-18 14:50:43]. Disponível em
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