Milo Djukanovic
Político montenegrino, nascido a 15 de fevereiro de 1962, em Niksic, licenciou-se em Economia pela Universidade de Titogrado (antigo nome da cidade de Podgorica), hoje Universidade de Montenegro, em 1986.
Cedo se interessou por política, tendo ingressado aos quinze anos na Liga da Juventude Socialista de Montenegro e, mais tarde, na Liga dos Comunistas de Montenegro (alterada em 1991 para Partido Democrático dos Socialistas de Montenegro) e, consequentemente, na Liga dos Comunistas Jugoslavos (único partido do regime de Tito). Esta fase da sua vida proporcionou-lhe o relacionamento com elementos políticos que se afiguravam prósperos na senda da política federal, como Momir Bulatovic, colaborador de Slodoban Milosevic, presidente da Sérvia desde 1989. Djukanovic tornou-se o mais jovem primeiro-ministro de sempre – com apenas 29 anos – um mês após as eleições de dezembro de 1990 que deram a presidência da República do Montenegro a Bulatovic.
A dependência e submissão de Bulatovic a Milosevic não agradava a Djukanovic, que queria ver cumprido o acordo de igualdade de direitos entre a Sérvia e o Montenegro. As desavenças entre Djukanovic e os dois dirigentes foram-se agravando. Por exemplo, em 1993 os dois dirigentes mostraram a intenção de retirar-lhe o cargo de primeiro-ministro por terem perdido a confiança nele e em 1997 Djukanovic foi expulso do cargo de vice-presidente do Partido Democrático dos Socialistas por ter pedido a demissão do presidente sérvio. Perante esta situação, Djukanovic arranjou aliados contra a fação pró-Sérvia, assumindo uma posição pró-independência, que o levou de novo a ocupar o cargo e, em outubro desse ano, a concorrer às eleições presidenciais do Montenegro juntamente com Bulatovic, ambos candidatos do mesmo partido. Ganhou à segunda volta e Bulatovic e os seus partidários, com o apoio do líder sérvio, tentaram em vão boicotar a vitória de Djukanovic, que tomou posse como presidente da república no ano seguinte.
A situação política agravou-se quando Milosevic instituiu um novo partido, forçou o então primeiro-ministro federal Kontic, membro do Partido Democrático dos Socialistas, a destituir-se e colocou no seu lugar Bulatovic, para assim continuar a sua política de não reconhecimento da igualdade entre as duas repúblicas, ignorando Djukanovic. Entretanto, a imagem de Milosevic enfraqueceu internacionalmente durante a chamada guerra do Kosovo, que levou a NATO a bombardear a Sérvia e o Montenegro. Apesar de tudo, Djukanovic manteve-se estrategicamente reservado, não tendo reconhecido a declaração de guerra proferida pela Sérvia, tendo chegado mesmo a condenar a atitude repressiva de Milosevic contra os Albaneses do Kosovo. Aproveitou o enfraquecimento sérvio para fazer alianças com outros países e introduzir, na república montenegrina, em 1999, o marco alemão, a par do dinar, para fazer face a possíveis crises financeiras na Sérvia.
Nas eleições presidenciais de 2000, Milosevic perdeu o poder para Vojislav Kostunica, candidato apoiado por Djukanovic, que viu assim o seu desejo de igualdade entre as duas repúblicas mais próximo da realidade. Embora tenham sido várias as suas tentativas para a independência do Montenegro, a Sérvia não se mostrava recetiva, assim como a Europa, os Estados Unidos da América e a Rússia, que temiam um aumento da destabilização na região. Djukanovic viu mais uma vez adiado o seu desejo de independência, tendo sido elaborado um acordo entre as duas repúblicas para uma política mais democrática. Por exemplo, assuntos como a segurança pública, a moeda, a economia interna, entre outros, ficariam a cargo de cada república, enquanto que os poderes executivo e legislativo, a economia externa, entre outros assuntos, fariam parte dos interesses comuns de um estado único, que se passou a chamar Sérvia e Montenegro, em vez de Federação Jugoslava. Não obstante, ficou acordado que a partir de 2006 poderia ser concedida a independência se assim fosse a vontade das repúblicas.
Para fazer face à nova situação, em 2002 Djukanovic renunciou ao cargo de presidente da república, que mantinha desde 1998, considerando ser mais importante para Montenegro exercer as funções de chefe do governo, cargo que já tinha ocupado anteriormente, de 1991 a 1998. O acordo foi assinado no ano seguinte.
Findo o período proposto até 2006, Djukanovic propôs a realização de um referendo para a independência do Montenegro. O referendo foi favorável à independência, que foi proclamada a 3 de junho do mesmo ano. A Sérvia seguiu os passos do Montenegro dois dias depois. Estava assim realizado o desejo desde sempre expresso por Milo Djukanovic, o do reconhecimento internacional do Estado independente do Montenegro.
Cedo se interessou por política, tendo ingressado aos quinze anos na Liga da Juventude Socialista de Montenegro e, mais tarde, na Liga dos Comunistas de Montenegro (alterada em 1991 para Partido Democrático dos Socialistas de Montenegro) e, consequentemente, na Liga dos Comunistas Jugoslavos (único partido do regime de Tito). Esta fase da sua vida proporcionou-lhe o relacionamento com elementos políticos que se afiguravam prósperos na senda da política federal, como Momir Bulatovic, colaborador de Slodoban Milosevic, presidente da Sérvia desde 1989. Djukanovic tornou-se o mais jovem primeiro-ministro de sempre – com apenas 29 anos – um mês após as eleições de dezembro de 1990 que deram a presidência da República do Montenegro a Bulatovic.
A dependência e submissão de Bulatovic a Milosevic não agradava a Djukanovic, que queria ver cumprido o acordo de igualdade de direitos entre a Sérvia e o Montenegro. As desavenças entre Djukanovic e os dois dirigentes foram-se agravando. Por exemplo, em 1993 os dois dirigentes mostraram a intenção de retirar-lhe o cargo de primeiro-ministro por terem perdido a confiança nele e em 1997 Djukanovic foi expulso do cargo de vice-presidente do Partido Democrático dos Socialistas por ter pedido a demissão do presidente sérvio. Perante esta situação, Djukanovic arranjou aliados contra a fação pró-Sérvia, assumindo uma posição pró-independência, que o levou de novo a ocupar o cargo e, em outubro desse ano, a concorrer às eleições presidenciais do Montenegro juntamente com Bulatovic, ambos candidatos do mesmo partido. Ganhou à segunda volta e Bulatovic e os seus partidários, com o apoio do líder sérvio, tentaram em vão boicotar a vitória de Djukanovic, que tomou posse como presidente da república no ano seguinte.
A situação política agravou-se quando Milosevic instituiu um novo partido, forçou o então primeiro-ministro federal Kontic, membro do Partido Democrático dos Socialistas, a destituir-se e colocou no seu lugar Bulatovic, para assim continuar a sua política de não reconhecimento da igualdade entre as duas repúblicas, ignorando Djukanovic. Entretanto, a imagem de Milosevic enfraqueceu internacionalmente durante a chamada guerra do Kosovo, que levou a NATO a bombardear a Sérvia e o Montenegro. Apesar de tudo, Djukanovic manteve-se estrategicamente reservado, não tendo reconhecido a declaração de guerra proferida pela Sérvia, tendo chegado mesmo a condenar a atitude repressiva de Milosevic contra os Albaneses do Kosovo. Aproveitou o enfraquecimento sérvio para fazer alianças com outros países e introduzir, na república montenegrina, em 1999, o marco alemão, a par do dinar, para fazer face a possíveis crises financeiras na Sérvia.
Nas eleições presidenciais de 2000, Milosevic perdeu o poder para Vojislav Kostunica, candidato apoiado por Djukanovic, que viu assim o seu desejo de igualdade entre as duas repúblicas mais próximo da realidade. Embora tenham sido várias as suas tentativas para a independência do Montenegro, a Sérvia não se mostrava recetiva, assim como a Europa, os Estados Unidos da América e a Rússia, que temiam um aumento da destabilização na região. Djukanovic viu mais uma vez adiado o seu desejo de independência, tendo sido elaborado um acordo entre as duas repúblicas para uma política mais democrática. Por exemplo, assuntos como a segurança pública, a moeda, a economia interna, entre outros, ficariam a cargo de cada república, enquanto que os poderes executivo e legislativo, a economia externa, entre outros assuntos, fariam parte dos interesses comuns de um estado único, que se passou a chamar Sérvia e Montenegro, em vez de Federação Jugoslava. Não obstante, ficou acordado que a partir de 2006 poderia ser concedida a independência se assim fosse a vontade das repúblicas.
Para fazer face à nova situação, em 2002 Djukanovic renunciou ao cargo de presidente da república, que mantinha desde 1998, considerando ser mais importante para Montenegro exercer as funções de chefe do governo, cargo que já tinha ocupado anteriormente, de 1991 a 1998. O acordo foi assinado no ano seguinte.
Findo o período proposto até 2006, Djukanovic propôs a realização de um referendo para a independência do Montenegro. O referendo foi favorável à independência, que foi proclamada a 3 de junho do mesmo ano. A Sérvia seguiu os passos do Montenegro dois dias depois. Estava assim realizado o desejo desde sempre expresso por Milo Djukanovic, o do reconhecimento internacional do Estado independente do Montenegro.
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Como referenciar
Porto Editora – Milo Djukanovic na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-20 02:37:34]. Disponível em
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