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Montemor-o-Novo
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Aspetos Geográficos
O concelho de Montemor-o-Novo localiza-se no Alentejo (NUT II), no Alentejo Centro (NUT III), do distrito de Évora. Ocupa uma área de 1232,3 km2 e abrange 10 freguesias: Cabrela, Lavre, Nossa Senhora do Bispo, Nossa Senhora da Vila, Santiago do Escoural, São Cristóvão, Ciborro, Cortiçadas de Lavre, Silveiras e Foros de Vale de Figueira.
O concelho apresentava, em 2021, um total de 15 803 habitantes.
O natural ou habitante de Montemor-o-Novo denomina-se montemorense.
O concelho encontra-se limitado a oeste pelo concelho de Vendas Novas e Montijo (distrito de Setúbal), a sudeste por Viana do Alentejo, a este por Arraiolos e Évora e a sul e a sudoeste por Alcácer do Sal (distrito de Setúbal).
Possui um clima de influência marcadamente mediterrânica, caracterizado por uma estação seca bem acentuada no verão. A precipitação ronda os 500 mm entre os meses de outubro e março e os 170 mm no semestre mais seco, sendo bastante irregular.
A sua morfologia é relativamente plana e suave, destacando-se, contudo, a serra de Safira, com 299 m, e a de Torres, com 227 m.
Como recursos hídricos, são de referir a ribeira dos Minutos, a ribeira de Almansor, o ribeiro do Espragal, a ribeira de Barrosas, o ribeiro de Lavre e a albufeira de Poço da Rua.
 

História e Monumentos
no tempo dos Romanos, Montemor-o-Novo, denominava-se Castrum Malianum. Em 1160 foi conquistado aos mouros, contudo, em 1190, os mouros voltaram a tomar estas terras que só em 1201 seriam de novo reconquistadas pelo rei D. Sancho I, que lhes atribuiu o respetivo foral e mandou edificar as defesas definitivas.
Foi sede de duas cortes e residência dos reis D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I, e, em 1482, foi sede de uma conspiração contra o rei D. João II, o que provocou a fuga do marquês de Montemor-o-Novo, filho do segundo-duque de Bragança, e também a decapitação de Pero de Albuquerque.
No que se refere ao património histórico e monumental, destaca-se o Castelo de Montemor-o-Novo, do século XIV. Da muralha, obra de D. Dinis, subsiste o lanço principal protegido por 11 torreões cilíndricos. As barbacãs são do século XIV. A alcáçova, em ruínas, já existente na época de D. Sancho I, tem planta retangular e é protegida por duas torres.
O Parque Arqueológico do Escoural é do Paleolítico Superior. O conjunto arqueológico foi descoberto em 1963, durante as obras de escavação de uma pedreira, tendo sido classificado como monumento nacional nesse mesmo ano. O Parque do Escoural é constituído por vários núcleos: a gruta pré-histórica, o santuário rupestre, um pequeno povoado fortificado da Idade do Cobre (2000 a. C.) e, na proximidade, um tholos (monumento funerário megalítico). A gruta, de planta complexa, apresenta vestígios de ocupação desde o Paleolítico Superior até ao Calcolítico (35 000 a 8000 a. C.) e no seu interior podem-se apreciar pinturas e gravuras rupestres. O santuário, ao ar livre, data do Neolítico Final (5000-3000 a. C.).
De referir também a anta de São Brissos, que é uma anta-capela do século XVII, também denominada de Capela de Nossa Senhora do Livramento, sendo um dos casos em Portugal de cristianização de um monumento megalítico. Da anta primitiva, conservam-se alguns esteios da câmara e um troço do chapéu, adaptados a átrio da capela.
 

Castelo de Montemor-o-Novo
Vista sobre Montemor-o-Novo
Dólmen de Montemor-o-Novo (Évora)
Brasão do concelho de Montemor-o-Novo
Rua de Montemor-o-Novo
Tradições, Lendas e Curiosidades
São muitas as manifestações populares e culturais no concelho, sendo de destacar a festa de S. João de Deus, feriado municipal, a 8 de março; a festa das Colheitas e a feira da Luz, no primeiro fim de semana de setembro; e a festa de Nossa Senhora da Conceição, a 8 de dezembro.
No artesanato merecem destaque a cestaria, os trabalhos em chifre, couro, madeira e cortiça.
Como instalações culturais do concelho possui a Biblioteca Municipal e o Museu de Arqueologia e Etnologia de Montemor-o-Novo, instalado no Convento de São Domingos, cuja igreja possui um belíssimo conjunto de azulejos do século XVII. O museu exibe um importante espólio arqueológico, com peças do Paleolítico à Idade Média. De destacar ainda a exposição de olaria e as salas de etnografia, que testemunham os costumes e a vida económica da região do século XIX aos nossos dias. Existe também um núcleo de arte sacra, um outro de tauromaquia e belos exemplares de carruagens de tração animal.
Como personalidade, destaca-se João de Deus (1495-1550), natural do concelho, um santo beatificado e canonizado. Nasceu numa pequena casa da então conhecida Rua Verde e faleceu em Granada. Instituiu uma Ordem que possui, na atualidade, em todo o mundo, 180 casas-hospitais (sete em Portugal).
 

Economia
No concelho predominam as atividades ligadas aos setores primário, dado que grande parte da população trabalha na agricultura, e secundário, na área da extração de mármore e granito.
No que se refere à agricultura, destacam-se os cultivos de cereais para grão, prados temporários e culturas forrageiras, culturas industriais, pousio, olival, prados e pastagens permanentes. A pecuária tem também alguma importância, nomeadamente na criação de aves, ovinos e suínos.
Quase 33% (4226 ha) do seu território está coberto de floresta, sendo as principais espécies arbóreas a oliveira, a azinheira e o sobreiro.

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Porto Editora – Montemor-o-Novo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-22 01:55:04]. Disponível em
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