Petróleo e Matérias Primas no século XX: Dependências e Crises
O problema do petróleo e das matérias primas é, antes de mais, um problema de riqueza e de poder, gerador de conflitos pela supremacia do seu controlo. Até à Segunda Guerra Mundial, o homem usava sem qualquer tipo de limitações os recursos oferecidos pela natureza. Contudo, no início da década de 70, surgiu a tomada de consciência de que as matérias primas não são inesgotáveis, facto que originou uma onda de preocupação sem precedentes.
Relativamente ao petróleo, dois ou três países, e não mais, abasteciam quase 90% do total da produção mundial (Arábia Saudita, Irão, Iraque...) . Na ex-União Soviética, na África do Sul e no Canadá concentravam-se os centros de produção de platina; na Austrália e no Brasil as maiores explorações de titânio; na África do Sul, no Zimbabwe e na ex-União Soviética as principais explorações de crómio; no Zaire, na Zâmbia e em Cuba, a predominância era do cobalto; no Norte de África, na ex-União Soviética e no Gabão eram extraídos minérios de manganês, enquanto que o molibdénio provinha dos Estados Unidos, do Canadá e do Chile. Outros minerais estratégicos, como o ferro, o alumínio ou o cobre e o estanho estavam também dominados, em termos de produção, por poucos países.
Produtos como o carvão, o petróleo e o gás natural, preciosas fontes de energia, levantam problemas distintos para cada um deles. O carvão fora a principal fonte de energia na Revolução Industrial do século XIX e continuou a ser, no século XX, um importante combustível, espalhado por todo o planeta, e cujas reservas assumem um papel mais relevante do que o petróleo. Cerca de 60% do carvão existente na terra provém da ex-União Soviética; 90% das reservas mundiais encontram-se distribuídas por este país, pelos Estados Unidos e pela China.
Mas o petróleo tornou-se, no espaço de um século, na fonte de energia mais significativa de todas, tanto pela sua versatilidade de utilizações como pelo seu baixo preço. Trata-se de um produto sob o qual incidem muitas taxas, pois é extremamente procurado. Apesar de existente em vários pontos do globo, como os Estados Unidos (Alaska, Texas, etc), na Rússia, em zonas do Pacífico ou da América Latina, concentra-se, sobretudo, no Médio Oriente, região dominada pelos países industrializados até à Segunda Guerra Mundial. As mais grandiosas reservas foram descobertas e exploradas nas zonas produtoras por sociedades estrangeiras como a Exxon, a Mobil, a BP, a Texaco ou a Shell, até ao dia em que os países produtores mudaram de atitude, o que provocou sérios conflitos entre as duas partes.
Para pacificar esta situação foi criada a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que tratou também de resolver o atraso que se vinha a verificar desde 1948 em relação a outro tipo de produtos derivados do petróleo e ao relacionamento económico entre produtores e importadores. A OPEP, entre outras, abrangia a mais profícua área petrolífera situada na bacia arábico-iraniana, no Próximo Oriente.
Os apetecíveis preços do petróleo bruto levaram muitos países a investir neste produto, obrigando alguns deles, como o México, a recorrer a pesados empréstimos. Contudo, o volume de petróleo produzido suplementarmente (para além das cotas) aliado à diminuição do consumo, forçaram a OPEP a reduzir, num primeiro tempo, a sua parte e, seguidamente, a inundar o mercado, numa estratégia conducente a uma descida dos preços do produto bruto. Em consequência desta política da OPEP, os países em vias de desenvolvimento perderam a oportunidade de obter uma posição determinante sobre os seus próprios recursos naturais, ficando sem liberdade de gestão dos mesmos.
O gás natural, outro hidrocarboneto, tem uma distribuição mais lata do que a do petróleo e, hoje em dia, é considerado uma fonte de energia pouco dispendiosa. Até à data, os maiores recursos não explorados encontram-se no Próximo Oriente e na ex-União Soviética, para além da Argélia.
A tendência de consumo deste produto está a aumentar, apesar de se apostar em energias alternativas como o reaproveitamento do carvão e a energia nuclear, para além da eólica, solar, maremotriz ou da biomassa.
Relativamente ao petróleo, dois ou três países, e não mais, abasteciam quase 90% do total da produção mundial (Arábia Saudita, Irão, Iraque...) . Na ex-União Soviética, na África do Sul e no Canadá concentravam-se os centros de produção de platina; na Austrália e no Brasil as maiores explorações de titânio; na África do Sul, no Zimbabwe e na ex-União Soviética as principais explorações de crómio; no Zaire, na Zâmbia e em Cuba, a predominância era do cobalto; no Norte de África, na ex-União Soviética e no Gabão eram extraídos minérios de manganês, enquanto que o molibdénio provinha dos Estados Unidos, do Canadá e do Chile. Outros minerais estratégicos, como o ferro, o alumínio ou o cobre e o estanho estavam também dominados, em termos de produção, por poucos países.
Produtos como o carvão, o petróleo e o gás natural, preciosas fontes de energia, levantam problemas distintos para cada um deles. O carvão fora a principal fonte de energia na Revolução Industrial do século XIX e continuou a ser, no século XX, um importante combustível, espalhado por todo o planeta, e cujas reservas assumem um papel mais relevante do que o petróleo. Cerca de 60% do carvão existente na terra provém da ex-União Soviética; 90% das reservas mundiais encontram-se distribuídas por este país, pelos Estados Unidos e pela China.
Mas o petróleo tornou-se, no espaço de um século, na fonte de energia mais significativa de todas, tanto pela sua versatilidade de utilizações como pelo seu baixo preço. Trata-se de um produto sob o qual incidem muitas taxas, pois é extremamente procurado. Apesar de existente em vários pontos do globo, como os Estados Unidos (Alaska, Texas, etc), na Rússia, em zonas do Pacífico ou da América Latina, concentra-se, sobretudo, no Médio Oriente, região dominada pelos países industrializados até à Segunda Guerra Mundial. As mais grandiosas reservas foram descobertas e exploradas nas zonas produtoras por sociedades estrangeiras como a Exxon, a Mobil, a BP, a Texaco ou a Shell, até ao dia em que os países produtores mudaram de atitude, o que provocou sérios conflitos entre as duas partes.
Para pacificar esta situação foi criada a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que tratou também de resolver o atraso que se vinha a verificar desde 1948 em relação a outro tipo de produtos derivados do petróleo e ao relacionamento económico entre produtores e importadores. A OPEP, entre outras, abrangia a mais profícua área petrolífera situada na bacia arábico-iraniana, no Próximo Oriente.
Os apetecíveis preços do petróleo bruto levaram muitos países a investir neste produto, obrigando alguns deles, como o México, a recorrer a pesados empréstimos. Contudo, o volume de petróleo produzido suplementarmente (para além das cotas) aliado à diminuição do consumo, forçaram a OPEP a reduzir, num primeiro tempo, a sua parte e, seguidamente, a inundar o mercado, numa estratégia conducente a uma descida dos preços do produto bruto. Em consequência desta política da OPEP, os países em vias de desenvolvimento perderam a oportunidade de obter uma posição determinante sobre os seus próprios recursos naturais, ficando sem liberdade de gestão dos mesmos.
O gás natural, outro hidrocarboneto, tem uma distribuição mais lata do que a do petróleo e, hoje em dia, é considerado uma fonte de energia pouco dispendiosa. Até à data, os maiores recursos não explorados encontram-se no Próximo Oriente e na ex-União Soviética, para além da Argélia.
A tendência de consumo deste produto está a aumentar, apesar de se apostar em energias alternativas como o reaproveitamento do carvão e a energia nuclear, para além da eólica, solar, maremotriz ou da biomassa.
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Como referenciar
Porto Editora – Petróleo e Matérias Primas no século XX: Dependências e Crises na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-14 08:52:27]. Disponível em
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