Realismo Socialista
O Realismo Socialista é a linguagem estética adotada oficialmente desde os anos trinta pelos governos da antiga União Soviética e de outros países comunistas.
A produção de uma arte de propaganda ligada à ideologia revolucionária e facilmente apreensível pelas massas foi encorajada pelo Comité Central do partido bolchevique desde os primeiros anos após a Revolução de outubro. A partir de 1917, o governo comunista vai exercendo cada vez maior centralização e controlo da produção cultural, procedendo então à nacionalização dos museus e das coleções de arte privadas. Nos inícios da década de vinte, com a criação da Associação dos Artistas da Rússia Revolucionária, acentua-se a contestação dos movimentos de arte moderna pela perda de interesse didático e pela incapacidade destas linguagens de mobilizar o interesse das classes populares. A Associação de Artistas da Rússia Revolucionária, assumindo o controlo e a gestão da produção artística, tornou-se responsável pelas realização e coordenação das encomendas oficiais e pela organização de exposições.
Em 1934, Estaline utiliza pela primeira vez, num decreto que visava a reestruturação da cultura artística, o termo Realismo Socialista, tentando estabelecer as bases para a nova estética oficial. Após a Segunda Guerra Mundial, esta linguagem plástica é exportada para os países comunistas dependentes da URSS, sendo igualmente adotada pela China após a Revolução Cultural Chinesa.
O Realismo Socialista, fundado sobre regras gramaticais rígidas e limitadas, abrangia um espetro temático que incluía cenas populares, paisagens rurais e urbanas, a representação de atividades quotidianas do proletariado ou do exército vermelho e o retrato (geralmente dos grandes dirigentes e dos heróis da revolução).
Pretende constituir um imáginário social e popular numa linguagem figurativa e realista, constituindo o retrato idealizado da cultura comunista.
Confrontados com este brutal processo de limitação da liberdade de expressão, grande parte dos artistas ligados aos movimentos de vanguarda (como o Construtivismo, o Raionismo e o Suprematismo), pioneiros na produção de uma arte nova, ligada ao nascimento da URSS e ao processo revolucionário, foram levados à emigração. Entre estes contavam-se Marc Chagall, Naum Gabo (1890-1977), Vassily Kandinsky, Antoine Pevsner (1886-1962). Os outros abandonaram a atividade ou então adaptaram-se, de forma mais ou menos livre, à nova linguagem realista.
Os radicais processos de repressão exercidos pelo regime tomavam muitas vezes a forma de proibição liminar de exercer atividade artística. O pintor Ivan Klioune (1873-1943), que inicialmente esteve ligado aos movimentos vanguardistas, como o suprematismo, passou nos anos 30 a produzir quadros realistas em simultâneo com a realização secreta de trabalhos abstratos, sendo impedido de trabalhar e de expôr em 1938, após a descoberta desta sua dupla orientação.
Dos artistas que adotaram o estilo do Realismo Socialista destacam-se Komar and Melamid, Mukhina, Martiros Sarian (1880-1972), Natham Altmann (1889-1970) e Nadeijda Oudaltsova (1886-1961). Altmann foi anteriormente representante e grande simpulsionador da arte de vanguarda, mas a partir dos anos trinta desenvolve pinturas realistas povoadas por figuras muito coloridas assim como esculturas, decorações para teatro e ilustração de livros. Nadeijda Oudaltsova (1886-1961), formada em arquitetura e escultura, torna-se famosa pelos seus retratos de aviadores e de heróis de guerra.
Embora surjam em 1948, pela primeira vez, algumas críticas a este estilo, veiculadas por um jornal do regime, a condenação do processo de aniquilamento das expressões vanguardistas e do ecletismo e dogmatismo da linguagem imposta pelo regime só assumiu expressão fora da União Soviética.
Só a partir de 1988 esta forma de arte será realmente criticada na URSS, acompanhando o processo de revisão dos próprios fundamentos ideológicos do sistema comunista.
A produção de uma arte de propaganda ligada à ideologia revolucionária e facilmente apreensível pelas massas foi encorajada pelo Comité Central do partido bolchevique desde os primeiros anos após a Revolução de outubro. A partir de 1917, o governo comunista vai exercendo cada vez maior centralização e controlo da produção cultural, procedendo então à nacionalização dos museus e das coleções de arte privadas. Nos inícios da década de vinte, com a criação da Associação dos Artistas da Rússia Revolucionária, acentua-se a contestação dos movimentos de arte moderna pela perda de interesse didático e pela incapacidade destas linguagens de mobilizar o interesse das classes populares. A Associação de Artistas da Rússia Revolucionária, assumindo o controlo e a gestão da produção artística, tornou-se responsável pelas realização e coordenação das encomendas oficiais e pela organização de exposições.
Em 1934, Estaline utiliza pela primeira vez, num decreto que visava a reestruturação da cultura artística, o termo Realismo Socialista, tentando estabelecer as bases para a nova estética oficial. Após a Segunda Guerra Mundial, esta linguagem plástica é exportada para os países comunistas dependentes da URSS, sendo igualmente adotada pela China após a Revolução Cultural Chinesa.
O Realismo Socialista, fundado sobre regras gramaticais rígidas e limitadas, abrangia um espetro temático que incluía cenas populares, paisagens rurais e urbanas, a representação de atividades quotidianas do proletariado ou do exército vermelho e o retrato (geralmente dos grandes dirigentes e dos heróis da revolução).
Pretende constituir um imáginário social e popular numa linguagem figurativa e realista, constituindo o retrato idealizado da cultura comunista.
Confrontados com este brutal processo de limitação da liberdade de expressão, grande parte dos artistas ligados aos movimentos de vanguarda (como o Construtivismo, o Raionismo e o Suprematismo), pioneiros na produção de uma arte nova, ligada ao nascimento da URSS e ao processo revolucionário, foram levados à emigração. Entre estes contavam-se Marc Chagall, Naum Gabo (1890-1977), Vassily Kandinsky, Antoine Pevsner (1886-1962). Os outros abandonaram a atividade ou então adaptaram-se, de forma mais ou menos livre, à nova linguagem realista.
Os radicais processos de repressão exercidos pelo regime tomavam muitas vezes a forma de proibição liminar de exercer atividade artística. O pintor Ivan Klioune (1873-1943), que inicialmente esteve ligado aos movimentos vanguardistas, como o suprematismo, passou nos anos 30 a produzir quadros realistas em simultâneo com a realização secreta de trabalhos abstratos, sendo impedido de trabalhar e de expôr em 1938, após a descoberta desta sua dupla orientação.
Dos artistas que adotaram o estilo do Realismo Socialista destacam-se Komar and Melamid, Mukhina, Martiros Sarian (1880-1972), Natham Altmann (1889-1970) e Nadeijda Oudaltsova (1886-1961). Altmann foi anteriormente representante e grande simpulsionador da arte de vanguarda, mas a partir dos anos trinta desenvolve pinturas realistas povoadas por figuras muito coloridas assim como esculturas, decorações para teatro e ilustração de livros. Nadeijda Oudaltsova (1886-1961), formada em arquitetura e escultura, torna-se famosa pelos seus retratos de aviadores e de heróis de guerra.
Embora surjam em 1948, pela primeira vez, algumas críticas a este estilo, veiculadas por um jornal do regime, a condenação do processo de aniquilamento das expressões vanguardistas e do ecletismo e dogmatismo da linguagem imposta pelo regime só assumiu expressão fora da União Soviética.
Só a partir de 1988 esta forma de arte será realmente criticada na URSS, acompanhando o processo de revisão dos próprios fundamentos ideológicos do sistema comunista.
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Como referenciar
Porto Editora – Realismo Socialista na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-22 13:40:08]. Disponível em
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