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Sé Catedral de Portalegre
Criada na segunda metade do século XVI, a diocese de Portalegre teve como primeiro bispo, nomeado por D. João III, D. Julião de Alva, que viera de Espanha para se tornar o confessor de D. Catarina e mais tarde fora mestre-escola na Sé de Évora.
D. Julião instalou a Sé na velha Igreja de Santa Maria do Castelo, mas, dada a falta de condições desta, pela ameaça constante de ruir, o bispo mandou edificar no mesmo espaço a nova Sé. Esta, erguida num ponto alto do centro medieval da cidade, foi consagrada a Nossa Senhora da Assunção e terá tido como responsável do seu traço o arquiteto Afonso Álvares. Passada uma década, D. Julião foi substituído por D. André de Noronha, que deu continuidade à obra. Mas foi ao bispo D. Frei Amador Arrais que se ficou a dever a belíssima capela-mor com o seu retábulo maneirista, o Paço Episcopal e o seminário. A conclusão da Sé ocorreria somente duas centúrias mais tarde, voltando a sofrer, posteriormente, renovadas intervenções.
A frontaria, de gosto maneirista, apresenta-se dividida em cinco corpos - os laterais são delimitados pelas torres sineiras -, separados por largas pilastras toscanas. Desenvolvida em três pisos, a frontaria é rematada por singelo frontão curvo encimado por uma cruz. O piso térreo é marcado pelos três portais barrocos, acrescentados no século XVIII, destacando-se no central o enquadramento feito por quatro colunas toscanas (duas de cada lado), com fustes em mármores de tonalidade negra, e pelas frestas das torres. No segundo piso abrem-se três janelas a encimar os portais, cujas molduras seguem as mesmas linhas estilísticas destes, e duas frestas nas torres. O terceiro piso aparece separado por cimalha ressaltada e neste rasgam-se janelas e frestas no seguimento das anteriores. Aqui as molduras de sabor maneirista apresentam simples frontões classicistas - curvos e triangulares.
As torres sineiras, muito elevadas e ressaltadas em relação ao corpo da igreja, são rematadas por coruchéus oitavados.
O interior do templo, de três naves de igual altura, seguindo as indicações da nova pastoral da igreja em estrutura de igreja-salão, apresenta o espaço dividido por grandiosos pilares cruciformes que, juntamente com as paredes laterais, suportam as coberturas de abóbadas de nervuras, retirando-lhe a sensação de espaço unitário, usual neste tipo de igrejas.
O cruzeiro apresenta uma bonita cobertura e cúpula hemisférica apainelada, sem tambor e assente em pendentes. Ligados aos primeiros pilares do cruzeiro aparecem-nos dois púlpitos com balaustrada em mármore. Nas capelas laterais são merecedores de atenção excelentes retábulos de talha maneirista e barroca, pinturas, lápides sepulcrais, azulejos do século XVIII, uma grade magnífica na capela de S. Pedro e, do século XIV, uma escultura policroma em pedra de Ançã representando a imagem de Santa Maria.
A capela-mor apresenta como pano de fundo um excelente retábulo maneirista saído das mãos do escultor e entalhador Gaspar Coelho (em 1592-1595) que alberga a melhor pintura da Sé, maneirista e da autoria de Simão Rodrigues, versando momentos da vida de Nossa Senhora. No eixo dos painéis dos três andares do retábulo, seis nichos (três de cada lado) protegem imagens de santos.
O teto apresenta cobertura em abóbada de berço, pintada no primeiro quartel do século XVII.
A sacristia guarda arcazes com alçado, joaninos, em pau-santo, um excelente trabalho de marcenaria, inscrito sob um fundo forrado a azulejos setecentistas com cenas da vida da Virgem e da Fuga para o Egito. Este conjunto de obras, juntamente com a notável cobertura de abóbada de nervuras de perfil abatido, faz da sacristia uma das dependências de maior interesse desta catedral.
O claustro é marcado pela ornamentação dos vãos dos arcos, pelos fogaréus setecentistas e pelos soberbos azulejos dos séculos XVI e XVIII que se encontram nas escadas de acesso ao terraço, onde nos é dada a possibilidade de desfrutar de uma magnífica vista da cidade de Portalegre.
D. Julião instalou a Sé na velha Igreja de Santa Maria do Castelo, mas, dada a falta de condições desta, pela ameaça constante de ruir, o bispo mandou edificar no mesmo espaço a nova Sé. Esta, erguida num ponto alto do centro medieval da cidade, foi consagrada a Nossa Senhora da Assunção e terá tido como responsável do seu traço o arquiteto Afonso Álvares. Passada uma década, D. Julião foi substituído por D. André de Noronha, que deu continuidade à obra. Mas foi ao bispo D. Frei Amador Arrais que se ficou a dever a belíssima capela-mor com o seu retábulo maneirista, o Paço Episcopal e o seminário. A conclusão da Sé ocorreria somente duas centúrias mais tarde, voltando a sofrer, posteriormente, renovadas intervenções.
A frontaria, de gosto maneirista, apresenta-se dividida em cinco corpos - os laterais são delimitados pelas torres sineiras -, separados por largas pilastras toscanas. Desenvolvida em três pisos, a frontaria é rematada por singelo frontão curvo encimado por uma cruz. O piso térreo é marcado pelos três portais barrocos, acrescentados no século XVIII, destacando-se no central o enquadramento feito por quatro colunas toscanas (duas de cada lado), com fustes em mármores de tonalidade negra, e pelas frestas das torres. No segundo piso abrem-se três janelas a encimar os portais, cujas molduras seguem as mesmas linhas estilísticas destes, e duas frestas nas torres. O terceiro piso aparece separado por cimalha ressaltada e neste rasgam-se janelas e frestas no seguimento das anteriores. Aqui as molduras de sabor maneirista apresentam simples frontões classicistas - curvos e triangulares.
O interior do templo, de três naves de igual altura, seguindo as indicações da nova pastoral da igreja em estrutura de igreja-salão, apresenta o espaço dividido por grandiosos pilares cruciformes que, juntamente com as paredes laterais, suportam as coberturas de abóbadas de nervuras, retirando-lhe a sensação de espaço unitário, usual neste tipo de igrejas.
O cruzeiro apresenta uma bonita cobertura e cúpula hemisférica apainelada, sem tambor e assente em pendentes. Ligados aos primeiros pilares do cruzeiro aparecem-nos dois púlpitos com balaustrada em mármore. Nas capelas laterais são merecedores de atenção excelentes retábulos de talha maneirista e barroca, pinturas, lápides sepulcrais, azulejos do século XVIII, uma grade magnífica na capela de S. Pedro e, do século XIV, uma escultura policroma em pedra de Ançã representando a imagem de Santa Maria.
A capela-mor apresenta como pano de fundo um excelente retábulo maneirista saído das mãos do escultor e entalhador Gaspar Coelho (em 1592-1595) que alberga a melhor pintura da Sé, maneirista e da autoria de Simão Rodrigues, versando momentos da vida de Nossa Senhora. No eixo dos painéis dos três andares do retábulo, seis nichos (três de cada lado) protegem imagens de santos.
O teto apresenta cobertura em abóbada de berço, pintada no primeiro quartel do século XVII.
A sacristia guarda arcazes com alçado, joaninos, em pau-santo, um excelente trabalho de marcenaria, inscrito sob um fundo forrado a azulejos setecentistas com cenas da vida da Virgem e da Fuga para o Egito. Este conjunto de obras, juntamente com a notável cobertura de abóbada de nervuras de perfil abatido, faz da sacristia uma das dependências de maior interesse desta catedral.
O claustro é marcado pela ornamentação dos vãos dos arcos, pelos fogaréus setecentistas e pelos soberbos azulejos dos séculos XVI e XVIII que se encontram nas escadas de acesso ao terraço, onde nos é dada a possibilidade de desfrutar de uma magnífica vista da cidade de Portalegre.
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Como referenciar
Porto Editora – Sé Catedral de Portalegre na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-10 04:19:46]. Disponível em
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