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Veneza
Veneza, a Rainha do Adriático, é uma cidade e um porto do Nordeste da Itália, situada na região do Véneto. Possui uma população de 265 500 habitantes (2004). A cidade está assente em 120 ilhas e é servida por 177 canais na lagoa entre as bocas dos rios Pó e Piave, no extremo norte do mar Adriático. As ilhas sobre as quais foi construída a cidade de Veneza têm cerca de 400 pontes e a sua principal via de comunicação é o Grande Canal, com aproximadamente três quilómetros.
A Veneza dos nossos dias confronta-se com vários problemas: perda da população para outras áreas geográficas, perigo de inundações, agravado pela poluição da água e do ar, e a sua avançada idade. Após as devastadoras cheias de 1966, a comunidade internacional conjugou esforços, através da UNESCO (Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas), para preservar a cidade de Veneza, reconhecida como uma das mais belas cidades do Mundo, que inequivocamente constitui um valioso património da Humanidade. Atualmente o turismo representa a base da sua economia, outrora dominada pelo comércio. Veneza oferece aos seus visitantes, para além da beleza da sua arquitetura e dos seus canais, um vasto conjunto de atividades culturais que incluem festivais de cinema e o Carnaval de Veneza, uma celebração que remonta ao período medieval; a visita às obras dos "três tês" de Veneza, os pintores Tintoretto, Ticiano e Tiepolo; e produtos artesanais de renome internacional como as máscaras de Carnaval inspiradas nas tragicomédias, bem como os famosos vidros provenientes da ilha de Murano. Os principais pontos de interesse turístico desta cidade são os seus palácios, igrejas, museus, e canais; edifícios representativos da arte veneziana patente nas construções e nos elementos decorativos, nomeadamente pictóricos e escultóricos, que vão desde o estilo bizantino ao renascentista. Na parte central da cidade, a mais visitada, está a Praça de S. Marcos. A este desta Praça situam-se os dois principais edifícios: a catedral bizantina de S. Marcos e o Palácio Ducal, também conhecido pelo nome de Palácio dos Doges. A catedral, iniciada no século IX (828), foi reconstruída após o incêndio de 976 e novamente entre 1047 e 1071. O início da construção do palácio data igualmente do século IX (814), mas foi destruído quatro vezes pelo fogo, conduzindo a quatro reconstruções, que acabaram por engrandecer esta construção gótico-renascentista. O lado norte da Praça é ocupado pela Procuratoria Vecchia (1469), e o lado sul pela Procuratoria Nuova (1548), dois exemplares da arquitetura da época renascentista, que, durante a República de Veneza, serviram de residência a nove procuradores ou magistrados, entre os quais normalmente era escolhido o doge (governante) de Veneza. Ao longo destes palácios corre o Atrio ou Fabrica Nuova (1810), arcadas que abrigam os mais elegantes cafés da cidade. Junto do Palácio dos Doges encontram-se duas colunas erigidas em 1180, uma com o leão alado de S. Marcos e outra representando S. Teodoro num crocodilo.
Outro edifício simbólico é o campanille de S. Marcos, de 91 metros, construído entre 874 e 1150, e reconstruído depois do colapso em 1902. Nas costas do Palácio dos Doges está situada a Ponte dos Suspiros, um lugar de lendas e histórias de amor, o local por onde passavam os prisioneiros de e para o julgamento. A ponte mais famosa do grande canal é a do Rialto, erigida em 1588. Ao longo deste canal, que representa a principal artéria de Veneza, estão dispostos os edifícios pertencentes às grandes famílias da cidade. A norte, perto do lago, encontra-se a igreja quatrocentista de S. João em Bragora, uma construção gótica utilizada antigamente como igreja funerária dos doges. Nas suas imediações está a estátua equestre do general Bartolomeo Colleoni, da autoria do artista florentino Andrea del Verrocchio, e junto desta o arsenal. As ilhas estendem-se para este na direção do Lido, um reef fora da lagoa conhecido por ser uma estância de férias. Grandes museus como O Ca'd'Oro, instalado num palácio gótico no grande canal, e igrejas históricas espalham-se por toda a cidade. A Libreria Vecchia e a Universidade de Veneza, de 1868, são outros dos muitos motivos de interesse desta cidade. Veneza foi fundada em 452 d. C. por habitantes de Aquileia, Pádua e de outras cidades do Norte da Itália que aqui se refugiaram das tribos germânicas que invadiram a Itália no século V. Aqui estabeleceram o seu governo, liderado por 12 tribunos representantes das ilhas. Apesar de fazerem parte do Império Romano Oriental tinham uma certa autonomia. Em 697 foi organizada a República, chefiada por um doge. Problemas internos dividiram a República e só foram sanados com a união que se formou para combater os invasores. Os Sarracenos foram expulsos em 836 e os Húngaros em 900. Em 991 Veneza assinou um acordo com os muçulmanos, iniciando um proveitoso comércio com a Ásia que fez de Veneza o maior centro comercial com o Oriente e, consequentemente, um dos maiores e mais ricos da época. A República beneficiou também com a partilha do Império Bizantino em 1204, tornando-se a força política dominante da Europa de então. No final do século XIII a República transformara-se numa oligarquia, e nos séculos XIII e XIV envolveu-se em guerras com Génova, o seu principal rival a nível comercial. A sua supremacia foi afirmada no conflito de 1378-1381. Estas guerras, contudo, impediram-na de conquistar territórios vizinhos. De qualquer modo, no final do século XV a cidade-estado era a mais forte potência marítima do mundo. As invasões turcas, iniciadas em meados do século XV, foram um dos fatores decisivos para que entrasse em declínio. Veneza via-se confrontada com ataques externos e de outros estados italianos, e com a perda de poder económico na sequência da descoberta da via marítima para as Índias através do cabo da Boa Esperança (pelo navegador português Vasco da Gama entre 1497-1498). Em 1508, o Sacro Império Romano-Germânico, o Papa e a Espanha conjugaram esforços contra Veneza na Liga de Cambrai, e dividiram o território entre si. Veneza retomou os seus domínios italianos através de negociações. No entanto, nunca mais conseguiu retomar a sua pujança política, embora continuasse a ser um ponto de referência no panorama internacional. Nos últimos anos do século XVIII (1797), a República foi conquistada pelos franceses, liderados por Napoleão Bonaparte, que a entregou à Áustria. Esta dominação continuou até 1805 quando a Áustria foi obrigada a entregar Veneza ao reino de Itália, controlado pelos franceses. Contudo, em 1814 a cidade voltou a integrar os domínios austríacos. Em 1815 Veneza uniu-se à Lombardia, para formar o efémero reino Lombardo-Veneziano. Os venezianos, sob o comando do estadista Daniele Manin, revoltaram-se contra o domínio dos austríacos, em 1848, fundando uma nova República.
Em 1849 a Áustria restaurou o seu poder.
Mais tarde, em 1866, depois da Guerra das Sete Semanas, Veneza passou a integrar o renovado reino de Itália.
Outro edifício simbólico é o campanille de S. Marcos, de 91 metros, construído entre 874 e 1150, e reconstruído depois do colapso em 1902. Nas costas do Palácio dos Doges está situada a Ponte dos Suspiros, um lugar de lendas e histórias de amor, o local por onde passavam os prisioneiros de e para o julgamento. A ponte mais famosa do grande canal é a do Rialto, erigida em 1588. Ao longo deste canal, que representa a principal artéria de Veneza, estão dispostos os edifícios pertencentes às grandes famílias da cidade. A norte, perto do lago, encontra-se a igreja quatrocentista de S. João em Bragora, uma construção gótica utilizada antigamente como igreja funerária dos doges. Nas suas imediações está a estátua equestre do general Bartolomeo Colleoni, da autoria do artista florentino Andrea del Verrocchio, e junto desta o arsenal. As ilhas estendem-se para este na direção do Lido, um reef fora da lagoa conhecido por ser uma estância de férias. Grandes museus como O Ca'd'Oro, instalado num palácio gótico no grande canal, e igrejas históricas espalham-se por toda a cidade. A Libreria Vecchia e a Universidade de Veneza, de 1868, são outros dos muitos motivos de interesse desta cidade. Veneza foi fundada em 452 d. C. por habitantes de Aquileia, Pádua e de outras cidades do Norte da Itália que aqui se refugiaram das tribos germânicas que invadiram a Itália no século V. Aqui estabeleceram o seu governo, liderado por 12 tribunos representantes das ilhas. Apesar de fazerem parte do Império Romano Oriental tinham uma certa autonomia. Em 697 foi organizada a República, chefiada por um doge. Problemas internos dividiram a República e só foram sanados com a união que se formou para combater os invasores. Os Sarracenos foram expulsos em 836 e os Húngaros em 900. Em 991 Veneza assinou um acordo com os muçulmanos, iniciando um proveitoso comércio com a Ásia que fez de Veneza o maior centro comercial com o Oriente e, consequentemente, um dos maiores e mais ricos da época. A República beneficiou também com a partilha do Império Bizantino em 1204, tornando-se a força política dominante da Europa de então. No final do século XIII a República transformara-se numa oligarquia, e nos séculos XIII e XIV envolveu-se em guerras com Génova, o seu principal rival a nível comercial. A sua supremacia foi afirmada no conflito de 1378-1381. Estas guerras, contudo, impediram-na de conquistar territórios vizinhos. De qualquer modo, no final do século XV a cidade-estado era a mais forte potência marítima do mundo. As invasões turcas, iniciadas em meados do século XV, foram um dos fatores decisivos para que entrasse em declínio. Veneza via-se confrontada com ataques externos e de outros estados italianos, e com a perda de poder económico na sequência da descoberta da via marítima para as Índias através do cabo da Boa Esperança (pelo navegador português Vasco da Gama entre 1497-1498). Em 1508, o Sacro Império Romano-Germânico, o Papa e a Espanha conjugaram esforços contra Veneza na Liga de Cambrai, e dividiram o território entre si. Veneza retomou os seus domínios italianos através de negociações. No entanto, nunca mais conseguiu retomar a sua pujança política, embora continuasse a ser um ponto de referência no panorama internacional. Nos últimos anos do século XVIII (1797), a República foi conquistada pelos franceses, liderados por Napoleão Bonaparte, que a entregou à Áustria. Esta dominação continuou até 1805 quando a Áustria foi obrigada a entregar Veneza ao reino de Itália, controlado pelos franceses. Contudo, em 1814 a cidade voltou a integrar os domínios austríacos. Em 1815 Veneza uniu-se à Lombardia, para formar o efémero reino Lombardo-Veneziano. Os venezianos, sob o comando do estadista Daniele Manin, revoltaram-se contra o domínio dos austríacos, em 1848, fundando uma nova República.
Em 1849 a Áustria restaurou o seu poder.
Mais tarde, em 1866, depois da Guerra das Sete Semanas, Veneza passou a integrar o renovado reino de Itália.
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Como referenciar
Porto Editora – Veneza na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-11-07 18:58:18]. Disponível em
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