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Viana do Castelo
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Aspetos geográficos

Cidade, sede de concelho e capital de distrito, localiza-se na Região Norte (NUT II), no Minho-Lima (NUT III). Fica na margem direita do rio Lima, junto à sua foz, a uma altitude média de cinco metros.

Foz do rio Lima, em Viana do Castelo
Casa de João "O Velho" em Viana do Castelo
Brasão do concelho de Viana do Castelo
Sé Catedral de Viana do Castelo
Igreja de Santa Cruz do Convento de S. Domingos, em Viana do Castelo
Casa das Varandas ou da Misericórdia de Viana do Castelo
Casa da Carreira, exemplo de arquitetura civil em Viana do Castelo
Basílica de Sta. Luzia, em Viana do Castelo
O concelho tem uma área de 319,02 km2, distribuída por 27 freguesias: Afife, Alvarães, Amonde, Anha, Areosa, Barroselas e Carvoeiro, Cardielos e Serreleis, Carreço, Castelo do Neiva, Chafé, Darque, Freixieiro de Soutelo, Geraz do Lima (Santa Maria, Santa Leocádia e Moreira) e Deão, Lanheses, Mazarefes e Vila Fria, Montaria, Mujães, Nogueira, Meixedo e Vilar de Murteda, Outeiro, Perre, Santa Marta de Portuzelo, São Romão de Neiva, Subportela, Deocriste e Portela Susã, Torre e Vila Mou, Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela, Vila de Punhe e Vila Franca. Dista cerca de 70 km do Porto e 390 km de Lisboa.

Em 2021, o município contava com 85 784 habitantes. O natural ou habitante de Viana do Castelo denomina-se vianense ou vianês.

O distrito, situado no extremo Norte do território continental português, no Minho, entre os rios Minho e Neiva, é limitado a norte e leste pela Espanha, a sul pelo distrito de Braga e a oeste pelo oceano Atlântico. Bastante montanhoso, atinge a altitude máxima na serra da Peneda, a 1416 m.

É banhado pelos rios Minho, Âncora, Lima, Neiva e seus afluentes, Coura e Vez. Nas serranias, a vegetação mais significativa é constituída por matas de carvalhos, pinheiros bravos e eucaliptos.

O clima varia conforme a proximidade do mar e a altitude, tornando-se cada vez mais rigoroso à medida que nos afastamos do oceano e que a altitude aumenta. São frequentes os fenómenos de condensação que originam nevoeiros e nebulosidade.

O distrito é marcado pela proximidade de Espanha, pela riqueza dos seus rios e solos e pela sua costa, banhada pelo oceano Atlântico. Fatores físicos que determinam uma forte ligação das gentes à terra, ao rio e também ao mar.

Compreende dez concelhos: Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.

O distrito abrange parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês, nos concelhos de Ponte da Barca, Melgaço e Arcos de Valdevez.

História e Monumentos

Povoada desde o Paleolítico, a cidade de Viana do Castelo detém um vasto património histórico. São vários os achados que comprovam a presença da cultura castreja, com destaque para a "cidade velha" de Santa Luzia. A civilização romana também se instalou neste território. Recebeu foral em 1258, outorgado por D. Afonso III, que lhe concedeu categoria de vila, chamando-lhe Viana da Foz do Lima.

Esteve envolvida na dinâmica dos Descobrimentos, assistindo-se a uma intensificação da atividade comercial. Tornou-se cidade em 1848, por decreto de D. Maria II, a qual lhe atribuiu o nome de Viana do Castelo em homenagem à resistência que a guarnição do seu castelo manteve durante o cerco que lhe fez a Junta do Porto, aquando do movimento revolucionário chamado Maria da Fonte. Atualmente, o castelo de Viana não passa de uma relíquia histórica.

Do seu vasto património edificado salienta-se: a Sé, a Igreja Matriz, Igreja de Santa Cruz, a Igreja da Caridade do Convento de Sant'Ana, o portal manuelino de Sant'Ana, as igrejas de S. Bento, de S. Domingos, do Carmo, do Convento de Santo António, da Senhora da Agonia, a capela-mor de S. Domingos, a Capela dos Malheiro Reimão, a fonte alegórica Viana e os quatro continentes, o chafariz da Praça (datado do século XVI), o Hospital da Misericórdia de Viana, os Paços do Concelho, a roqueta (uma das primeiras fortalezas abaluartadas da nossa costa), o Museu Municipal-Casa Barbosa Maciel, a estação do caminho de ferro, as casas da Carreira (com a sua fachada manuelina), dos Sá Sotomaior, dos Malheiro Reimão, dos Costa Barros e dos Melo Alvim.

Nos vários concelhos que compõem o distrito, encontram-se monumentos valiosos, quer pela sua arquitetura, quer pelo papel que desempenharam na defesa das nossas fronteiras. São exemplos: a ponte gótica, de Ponte de Barca; o centro histórico de Caminha, onde se salienta a Igreja Matriz e o forte da Ínsua, no estuário do rio Minho; a fortaleza de Valença; a fortaleza de Monção e o castelo e Igreja Matriz de Melgaço, entre outros.

Tradições, Lendas e Curiosidades

O feriado municipal da sede de distrito é a 20 de agosto.

Um pouco por todo o distrito realizam-se festas e romarias como sejam: a Festa da Senhora da Cabeça, na terça-feira de Páscoa; a Festa da Senhora das Dores e a Festa da Coca no dia do Corpo de Deus, em Monção; em agosto, as festas do concelho de Arcos de Valdevez, Santa Rita de Cássia em Caminha, a romaria de São João de Arga, a Festa da Cultura em Melgaço, a Senhora do Faro, a Bienal de Arte e festas concelhias em Vila Nova de Cerveira; em setembro, as Feiras Novas em Ponte de Lima e a Festa dos Homens do Mar em Vila Praia de Âncora.

Da tradição do concelho de Monção, faz parte a referida Festa da Coca, consistindo na recriação da lenda popular do combate entre S. Jorge e o dragão (a coca). Em Melgaço, o destaque vai para a lenda da Inês Negra. A cultura popular integra também várias lendas de mouras encantadas.

O artesanato apresenta uma produção importante a nível do distrito. A latoaria é uma das produções artesanais, com o fabrico de candeias e vasilhame. Uma das especialidades deste concelho são as artes do calçado - manufatura de chancas e socos. A confeção de adornos com flores, bordados, tapetes para procissões, arcos de romarias e palmitos está também bem patente nas artes desta região.

São também conhecidos os linhos e a cestaria, nomeadamente em Arcos de Valdevez, os trabalhos em cobre e estanho de Caminha, a olaria, os artigos feitos em palha, os jugos de Monção, as mantas e trapos de Melgaço, a fiação de lã, a talha, o fabrico de redes e barcos de pesca e a pirotecnia.

Economia

A tradicional agricultura minhota, praticada em pequenos campos, seguindo técnicas por vezes ainda muito artesanais, com o domínio da policultura, assume uma importância considerável nos vários concelhos que compõem o distrito.

Nos vales cultiva-se milho, legumes e vinha - o famoso vinho verde, de características únicas, é um dos produtos da região mais apreciados e exportados. À prática agrícola encontra-se normalmente associada à criação de gado, sobretudo bovino, salientando-se as raças galega e barrosã.

O setor secundário demonstra uma dinâmica assinalável. No distrito existem indústrias de laticínios, de transformação de madeiras, cerâmica, produtos alimentares e pirotecnia.

A construção civil contribui também para o desenvolvimento económico. A atividade piscatória é outra das suas riquezas, assente na riqueza piscícola dos seus rios, na sua maior parte ainda libertos do flagelo da poluição, onde ainda se pescam sáveis, salmões, lampreias e outras espécies cada vez mais raras.

O estado de conservação do seu património ambiental, a sua riqueza faunística e florística e a diversidade biogeográfica têm sido fatores determinantes para a afirmação do turismo rural, de montanha, de veraneio à beira-mar e até mesmo termal, no caso de Monção.

Paralelamente, assiste-se um pouco por todos os concelhos à expansão do setor terciário, com o crescimento do comércio e criação de serviços essenciais ao bem-estar da população.

 

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