Benguela
Província da região central e oeste de Angola cuja capital é a cidade de Benguela. Confinada pelo oceano Atlântico (a oeste) e pelas províncias angolanas de Cuanza Sul (a norte), Huambo (a este), Huíla (a sudeste) e Namíbe (a sul), a província de Benguela tem uma superfície de 39 826 km2 e uma população constituída, na sua maioria, pela etnia dos Ovimbundos (ou Umbundos). Quanto ao relevo, a província é formada por planícies (junto à orla marítima), planaltos e montanhas, culminando com a Serra de Catumbela (1700m). Relativamente à rede hidrográfica, ela é composta, em grande parte, por rios secos, apesar do rio Catumbela suportar duas barragens hidroelétricas, a de Lomaum e a de Biópio, que foram bastante danificadas devido à guerra civil.
A região de Benguela foi descoberta, em 1601, por Manuel Cerveira Pereira que fundou, a 17 de maio de 1617, São Filipe de Benguela que se tornou, posteriormente, num grande centro de tráfego de escravos. Em meados do século XX, a capital provinciana foi ultrapassada em importância pela cidade de Lobito, pois esta apresentava melhores condições portuárias. É de destacar a linha de caminho de ferro de Benguela (com 1338 km) que atravessa o país de oeste a este (ligação do porto de Lobito à fronteira com a Zâmbia) e que permite escoar, para mercados internacionais, os minérios da Zâmbia e os produtos agrícolas dos planaltos de Huambo. As principais fontes de rendimento económico da província de Benguela residem: na produção agrícola, com o cultivo sobretudo de sisal, algodão, cana-de-açúcar, café, banana, batata doce, manga, goiaba, maracujá, massambala, massango e tabaco; na extração de minérios, principalmente, de cobre, enxofre, sal-gema, grafite, gesso, chumbo, zinco, talco, estanho, volfrâmio; na extração de matérias rochosas, como calcário, alabastro, pedras semi-preciosas e diatómitos. O setor industrial centra-se nas áreas de materiais de construção, de couro e calçado, de química, têxtil, alimentar, tabaco, petróleo e mobiliário. O setor pesqueiro ocupa a 2.ª posição, a nível nacional, sobretudo pela industrialização do pescado (sardinha, caranguejo, carapau, gambas, camarão, anchova, cavala, tainha, atum, tubarão, entre outros) e pela produção de sal. Apesar da guerra colonial e civil ter afetado a província, esta conseguiu obter, durante esse período, alguns investimentos públicos para obras de carácter social. Com o fim da guerra, o governo provincial tem procurado investimentos públicos e privados para implementar alguns projetos de reabilitação e de desenvolvimento. Desde a década de 90, com o apoio da ADPP (Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo) e de várias instituições públicas e privadas e organizações não-governamentais, como UNICEF, Humana-Holanda, Programa Alimentar Mundial, Humana-Alemanha, Caritas, entre outras, têm surgido vários projetos de ajuda humanitária. No setor da educação, foram lançados os projetos Escola de Artes e Ofícios (em 1993), Escola Formigas do Futuro (em 1994), Escola Professores do Futuro (em 1997) e Sim Benguela - Projeto de Seleção, Formação e Iniciação Empresarial (em 2000). No setor social, foram lançados os projetos: Venda de Roupa (em 1993); Ajuda às Crianças (em 1993); Esperança (em 1997), com o objetivo de apoiar os doentes com Sida e de diminuir a expansão da doença em Angola; Programa de Reabilitação Municipal Chongorói Unido (em 2000), integrado no Projeto de Reabilitação Social Pós-Conflito. A nível turístico, a província apresenta vários pontos atrativos: o Carnaval de Lobito, a vila histórica de Catumbela, um dos locais de resistência autóctone durante o colonialismo português; as praias de Benguela, principalmente as praias Morena, Baía Azul, Caotinha e, no Lobito, a praia Restinga; a Fortaleza de S. Sebastião (em Egito Praia) e o Forte de S. Pedro (em Catumbela); o centro piscatório da Baía-Farta; a Igreja N. Sra do Pópulo (em Benguela). O artesanato regional reflete o complexo sócio-cultural dos Ovimbundus pelas bengalas ou bastões, estatuetas, armas de caça e guerra.
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Como referenciar
Porto Editora – Benguela na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-15 15:13:27]. Disponível em
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