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Festival de Cannes
Mostra cinematográfica realizada anualmente em Cannes, na França, durante o mês de maio. A ideia da sua realização surgiu da mente de Jean Zay, ministro da Educação e Belas Artes francesa que, em 1935 fez um discurso nesse sentido. Zay havia ficado chocado quando assistira à ingerência dos governos totalitários fascistas italianos e alemães na escolha dos filmes a exibir no Festival de Veneza bem como na composição do seu júri. No seu discurso, Zay propõs a realização dum grande certame cinematográfico de nível internacional. A sua vontade só se concretizará em 1939 por influência do governo francês e ação decisiva de Georges Huisman, Diretor Geral das Belas Artes. Louis Lumière, um dos inventores e pioneiros do cinema, é convidado para presidir ao Festival com o intuito de contribuir para o desenvolvimento da arte cinematográfica e encorajar todos os países produtores a um espírito de colaboração. O primeiro certame desenrola-se nos salões do Casino Municipal, mas é interrompido devido à eclosão da II Grande Guerra. A sua primeira edição oficial só ocorrerá em setembro de 1946, marcada pela presença de filmes como Gilda (1946), de Charles Vidor e La Belle et le Bête (A Bela e o Monstro, 1946), de Jean Cocteau. Em 1948, o certame não se realiza por falta de verbas, mas em 1949 era já possível ver grandes estrelas de Hollywood como Orson Welles, Errol Flynn e Edward G. Robinson a passear nas ruas de Cannes. Nos anos seguintes, a forma como o Festival é organizado sofre alterações com a criação de prémios distribuídos por categorias. Gradualmente, os realizadores mais prestigiados optam pelo Festival de Cannes para a apresentação dos seus trabalhos. O melhor exemplo disso foi 1952, ano em que Orson Welles com o seu Othello (Otelo, 1952), Vincent Minnelli com An American in Paris (Um Americano em Paris, 1952) e Elia Kazan com Viva Zapata! (1952) dignificam a mostra com a sua presença. Em 1955, é criado o galardão máximo, a Palma de Ouro, atribuído ao melhor filme e que é considerado pelos cinéfilos como o galardão mais prestigiado a seguir ao Óscar. Durante a sua história, a Palma de Ouro premiará realizadores tão distintos como Federico Fellini, Francis Ford Coppola, Emir Kusturica ou Roman Polanski. Em 1999, o cineasta português Manoel de Oliveira recebeu o Prémio do Júri (prémio facultativo atribuído pelo Júri do Festival) com A Carta (1999). Em 2004, a Palma de Ouro foi entregue pela segunda vez no seu historial a um documentário, Fahrenheit 9/11 (2004), do controverso Michael Moore.
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Como referenciar
Porto Editora – Festival de Cannes na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-05 03:41:51]. Disponível em
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