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Ingeborg Bachman
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Romancista, dramaturga e poetisa austríaca, Ingeborg Bachman nasceu a 25 de junho de 1926 em Klagenfurt. Testemunhou a ocupação da Áustria pelas tropas alemãs, quando contava apenas doze anos de idade, experiência que veio a manifestar na sua obra.

Estudou Filosofia e Direito nas Universidades de Innsbruck, Graz e Viena, apresentando, nesta última, a sua tese de doutoramento, dedicada ao pensamento do filósofo alemão Martin Heidegger, no ano de 1950. Publicou posteriormente um ensaio sobre a Filosofia da Linguagem de Ludwig Wittgenstein.

Em 1951 começou trabalhar como escritora de peças de teatro radiofónico, para a emissora Rot/Weiss/Rot, cargo que abandonou em 1953, ano em que não só publicou a sua primeira coletânea de poesia, Die Gestundete Zeit (O Tempo Contado), que venceu o prémio do Gruppe 47, o movimento literário mais conceituado da época do pós-guerra, como também se mudou para Itália. Visitando pouco tempo depois a Universidade de Harvard como professora convidada, regressou a Itália, onde, entre 1954 e 1955 escreveu colunas de carácter político para o jornal alemão Westdeutschen Allgemeinen Zeitung, utilizando o pseudónimo de 'Ruth Keller'.

Em 1958 conheceu em Paris o escritor suíço Max Frisch, com quem manteve uma relação até os inícios da década de 60, altura em que optou por uma vida mais recatada, desligando-se das suas atividades políticas e sociais, e repartindo o seu tempo entre cidades europeias com Munique, Berlim, Zurique e Roma.

Em 1959, foi a primeira professora da recém-instituida cadeira de Poética na Universidade de Frankfurt e, em 1964, foi galardoada com o Prémio da Crítica de Berlim, pela sua obra, em parte autobiográfica, Das Dreißigste Jahr (1961, O Trigésimo Ano), e com o prestigioso Prémio Georg Büchner, tendo sido também nomeada para a Academia das Artes de Berlim Ocidental. Nesse período empreendeu uma viagem pelo Sudão e pelo Egito. Foi-lhe entregue a Medalha Nacional Austríaca em 1968.

Na primavera de 1973 deu uma série de conferências na Polónia, tendo visitado os campos de concentração de Auschwitz e Birkenau. A 17 de outubro desse mesmo ano, Bachmann faleceu, em Roma, três semanas após ter ficado gravemente queimada num incêndio ocorrido no seu apartamento, causado por um cigarro mal apagado. Restam dúvidas quanto à natureza do incidente, reavivadas sobretudo pelo teor da escrita da autora, em Malina (1971, Malina): "Tenho que ter cuidado para não cair de caras no disco do fogão, para não me desfigurar, para não me queimar (...) onde tantas vezes queimei farripas de papel, não tanto para queimar qualquer coisa escrita, mas para acender um último e muito último cigarro.

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Porto Editora – Ingeborg Bachman na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-05-19 14:55:41]. Disponível em
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