Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)
Todas estas nações da lusofonia africana se tornaram independentes em 1974-75, na sequência do processo de descolonização de Portugal, resultante da Revolução do 25 de abril de 1974, do fim do Estado Novo e do fim das guerras contra o domínio de Lisboa, particularmente em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
Tornados independentes e com um rumo próprio, cada um mergulhou nas órbitas de influência geopolítica de conveniência, tendo em conta as suas potencialidades económicas e estratégicas. A exclusão social, a pobreza, a fome e a violência marcam ainda o panorama dos PALOP.
Angola
O maior dos PALOP (1 246 700 km2) é também o potencialmente mais rico em termos de recursos (petróleo, diamantes) e o mais conturbado politicamente, tendo vivido um longo periodo em clima de guerra civil. Com mais de 10 milhões de habitantes e uma diáspora de aproximadamente 3 milhões de angolanos, experimenta assimetrias de distribuição de riqueza enormes e um baixo nível de vida entre a população, com uma taxa de inflação altíssima (chegou aos 90% em 1998), pobreza urbana na ordem dos 66%, êxodo rural maciço e deslocados e mutilados de guerra em grande escala. O desemprego é superior aos 30-40% da população.
Moçambique
Com 801 590 km2 e mais de 19 milhões de habitantes, é o segundo maior dos PALOPS, mas um dos mais agitados em termos políticos e de violência, embora com um processo de democratização mais avançado que Angola. Assistiu a uma guerra civil dilacerante, com inúmeras mudanças em termos económicos e sociais, mas com um processo de paz que começou a ser implantado a partir de 1992, ainda que com várias fraturas sociais e políticas. Com os seus recursos destruídos e consumidos pela guerra, atravessa uma fase de reconstrução de infraestruturas e de relançamento da produção agrícola, a sua maior fonte de riquezas, já que não tem tantos recursos minerais estratégicos como Angola. A migração para as minas da África do Sul diminuiu. A maior parte da população é rural.
Guiné-Bissau
Um dos mais agitados países dos PALOP, é também um dos mais pobres e de menores dimensões (36 120 km2), com mais de 1 360 000 habitantes, em grande parte muçulmanos. Depois de uma guerra civil de 11 anos, experimentou alguma acalmia, mas sem progresso económico, que foi ainda mais afetado entre 1998 e 1999, quando ocorreram violentos conflitos político-militares, que fizeram descer a produção agrícola e mergulharam o país numa crise de que ainda não vê saída. Possui uma dependência alimentar enorme e um atraso tecnológico maior, com um escasso e depauperado tecido industrial. Possui alguns recursos minerais por explorar, como acontece com a pesca, uma das suas riquezas, a par das potencialidades turísticas. Regista de há muito elevados fluxos migratórios, não apenas para fora do país mas também em termos de êxodo rural, com profundas alterações de ordem social.
Cabo Verde
O mais árido dos PALOP, o estado insular de Cabo Verde (10 ilhas, 4 033 km2) e c. 412 000 habs.), conheceu algum progresso económico entre 1988 e 1995, caindo depois numa situação de menor crescimento. As secas são o grande flagelo das ilhas, com degradação ambiental e empobrecimento da população. A agricultura é a principal fonte de riqueza, a par das divisas do turismo e das remessas dos emigrantes, mas a desertificação das ilhas tem comprometido as produções, elevando a taxa de desemprego da população para taxas superiores a 25%. É um dos países africanos com maior taxa de participação ativa da mulher na sociedade e na administração, pontificando também entre os que mais têm combatido com sucesso o analfabetismo.
São Tomé e Príncipe
O mais pequeno dos PALOP (1001 km2) é composto por duas ilhas e tem cerca de 165 mil habitantes, com uma densidade populacional elevada (164,8 habs/km2). A maior parte da população vive nas mesmas condições em que vivia há 30 anos, sem infraestruturas sanitárias e habitações precárias. Depois de uma economia centralizada e de modelos governamentais fortemente intervencionistas, assistiu-se, desde os anos 80, a uma liberalização económica do país, mas sem grandes resultados, apesar dos esforços na área da agricultura (cacau) e do turismo, principais fontes de receita do PIB são-tomense. Cerca de 40% da população é tecnicamente pobre, com um rendimento inferior a um dólar americano por dia, em média, num país com uma elevada dívida externa e baixa produção. Este cenário parece no entanto poder vir a mudar, já que foram avaliadas enormes potencialidades para o país na produção de petróleo no seu off-shore, o que abre grandes esperanças aos são-tomenses, mas uma vizinhança difícil com a poderosa Nigéria.
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