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É na mitologia egípcia o deus do Sol, sendo iconograficamente representado sob a forma humana, com cabeça de homem ou falcão, encimada pelo disco solar e pela serpente uraens, segurando o símbolo ankh e o cetro uase. Ré era considerado o criador e controlador do universo, aparecendo frequentemente associado ao culto de outras divindades, como Amon e Hórus. Simbolizava o Sol no auge do seu esplendor, isto é, ao meio-dia, enquanto Khepri representava o Sol matinal e Atum o Sol do entardecer. Para além do disco solar, tinha como emblema o obelisco, que simbolizava um raio de Sol petrificado, sendo adorado em Heliópolis sob a forma do mesmo. Os seus animais sagrados, sob os quais encarnava, eram o falcão, o leão, o gato, o touro Meruer e, por vezes, o pássaro Benu. O deus do Sol e da criação era também associado à árvore sagrada de Heliópolis, o iched. A adoração de Ré, com origem num culto local, disseminou-se durante o Império Antigo, passando a ser particularmente honrado pelos faraós que, a partir de Khafré, usam como título Sa Ré, isto é, "filho de Ré", tradição que perdurou até ao fim do Egito faraónico. O nome do deus heliopolitano era, frequentemente, incorporado nos nomes e prenomes, pelos faraós, que invocavam deste modo a energia e força de Ré, tendo esta prática sido estendida ao domínio dos nomes privados. Com a "solarização" da instituição faraónica, o culto de Ré foi adotado como religião nacional, sendo objeto de adoração sob vários nomes, facetas e atributos. A existência de uma multiplicidade de facetas favoreceu a disseminação do culto, que passou a estar associado a outras divindades: em Heliópolis conjugou-se com Atum e Hórus, dando origem a Ré-Atum e Ré-Horakthi; assimilou-se a Sobek (Sokek-Ré), Khnum (Khnum-Ré), Montu (Montu-Ré) e Amon (Amon-Ré). Contam-se, segundo as Litanias do Sol, colocadas na entrada dos túmulos reais de Tebas, setenta e cinco formas e nomes do deus Sol. A própria edificação das pirâmides é testemunho da importância do culto solar, no Egito Antigo. No decorrer dos séculos, assiste-se a uma gradual síntese entre o culto da solarização e da osirificação, surgindo o "Ré em Osiris" ou o "Osiris em Ré". Segundo a mitologia, Ré teria nascido de uma flor de lótus, que saíra do oceano primordial, ou sob a forma de fénix, sendo representado frequentemente nestas formas. Seria, segundo uma das versões, criador do mundo, dos deuses, dos humanos e de todos os seres, sendo, por isso, "Pai dos deuses", nomeadamente do primeiro casal da Enéade, Shu e Tefnut ou Geb e Nut, e "Pai dos Homens", tendo a humanidade nascido do seu suor e lágrimas. De acordo com outras versões, seria filho de Geb e Nut, a deusa do céu, de cujo ventre nasceria a cada aurora. Segundo outras crenças teria nascido de um ovo de barro feito por Ptah ou posto por Geb na forma de uma gansa. O seu templo em Heliópolis era designado como Hut Benben, "o palácio do obelisco", referindo-se por vezes, que Ré possuía várias esposas (Ret, Iusaés e Ueret-Hekau), mas que, à semelhança de Atum, procriara sozinho, sem qualquer ente feminino. Por vezes, a deusa Hator é indicada como sua filha, tal como Osíris, Ísis, Seth, Hórus e Maet. A construção de uma genealogia de Ré surge como uma tarefa complicada, como resultado da profusão de lendas e mitos que cercam a sua figura. Ré teria vivido na terra, em tempos longínquos, como o primeiro rei da linhagem divina que precedeu as dinastias humanas de faraós. O senhor do tempo e benfeitor da natureza foi, juntamente com outras divindades, o protagonista de vários mitos egípcios: Mito do Poderoso Nome Secreto de Ré, Mito da Destruição da Humanidade, Mito da Vaca do Céu, entre outros. Ré, o protetor dos faraós e do Egito, viajava, segundo a crença religiosa, através do céu na sua barca solar, Mandet, durante o dia, de nascente para poente, e durante a noite, em outra barca designada Mesektet, fazia o trajeto inverso no mundo subterrâneo. O "governador do mundo inferior" enfrentava diariamente a serpente Apopis, que vivia nas profundezas do Nilo celestial. Os eclipses totais e as tempestades eram interpretados, pelos egípcios, como vitórias da enorme serpente. A energia da figura de Ré servia como modelo no domínio militar e, consequentemente, encontramos, com Ramsés III, esta divindade a representar uma das quatro divisões do exército egípcio, durante a batalha de Kadech.
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