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Sakara
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Sakara, onde estão sepultados a maioria dos reis da I e II Dinastias, pertence à necrópole de Mênfis, que foi capital do Império Antigo. Esta necrópole foi utilizada desde a I Dinastia até ao século VI d. C. Das primeiras duas dinastias encontra-se um elevado número de mastabas, e dos primeiros séculos do cristianismo remanesce o mosteiro copta de Apa Jeremias.
É em Sakara que se situa a mais antiga pirâmide do Egito, mandada erigir na III Dinastia pelo rei Djoser e arquitetada por Imhotep, que mais tarde foi divinizado não só pela dimensão da sua obra como por ter sido o primeiro a construir monumentos funerários em pedra a uma escala tão elevada em homenagem a um rei. A pirâmide de Djoser, de base tendencialmente retangular e construída como uma sobreposição de níveis sobre a mastaba inicial, é conhecida como a "pirâmide de degraus" ou "escalonada". Imhotep construiu igualmente a de Sekhemkhet, rei que sucedeu a Djoser. Alguns dos reis da V Dinastia erigiram igualmente as suas pirâmides em Sakara, notabilizando-se a do último rei, Unas, por ser a primeira a ostentar os conhecidos "Textos das Pirâmides", que tinham como objetivo elevar o rei ao céu e voltar a trazê-lo à Terra e foram escritos na câmara funerária. Os túmulos que datam do Império Antigo, sendo alguns dos mais conhecidos os de Ptahhotep, Meruruka e Ti, destacam-se pelas pinturas parietais que narram episódios da vida quotidiana egípcia. Foi também encontrado o túmulo de Aperia, vizir do Baixo Egito durante os reinados de Amenhotep III e IV, onde além do seu corpo estavam os do seu filho Huy e da sua mulher Tauret. Em Sakara situa-se igualmente a pirâmide da rainha Meritis, mulher de Quéops (ou Khufu), assim como outras, de pequenas dimensões, que se crê terem pertencido a rainhas, possivelmente casadas com Pepi I. A pirâmide de Pepi II é a maior do Império Antigo que se encontra nesta necrópole.
Do Império Novo restam menos túmulos, visto que apenas os altos dignitários do Alto Egito, que se mantiveram em Mênfis após a trasladação da capital para Tebas, aqui foram sepultados. Um dos mais relevantes monumentos desta época é o túmulo construído para Horemheb, que viria a ser faraó e sepultado no Vale dos Reis, destacando-se igualmente o cemitério de gatos denominado Abwab el-Qotat ("As Portas dos Gatos"), cuja presença se justifica devido ao culto que em Sakara - concretamente no santuário denominado "Bubasteion" - se prestava à deusa Bastet. Na zona noroeste de Sakara situa-se o hipogeu do boi Ápis, tendo-se descoberto neste local uma vasta área de galerias subterrâneas onde se enterraram grande número de animais sagrados mumificados, desde íbis a falcões, babuínos, vacas e chacais.
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Como referenciar
Porto Editora – Sakara na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-05-14 05:34:30]. Disponível em

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